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Chile aborda totalitarismo
do enviado a Avignon
O grupo Troppa, único representante do Chile no Festival de
Avignon, optou por uma adaptação do romance de Agota Kristof
(Hungria) para mostrar um problema bastante conhecido do
Chile: o poder totalitário.
Devido à ocupação alemã na região, dois irmãos gêmeos vão viver com a avó. A convivência entre eles é complicada. A avó não
toma banho e esconde comida,
que trafica no mercado negro.
Mas os dois, juntos, passam a
aprender a levar a vida nessa difícil situação.
Fazem exercícios para aprender
a viver na nova conjuntura. Um
deles é jejuar, para que, quando
precisarem, não sintam fome.
Descobrem como pressionar a
dona da casa, se aproveitar dos vizinhos, além de chantagear o padre da cidade.
A Hungria é liberada, mas Kristof, que fugiu do país em 1956,
tem uma visão bastante dura dos
libertadores soviéticos. "Temos o
nosso próprio governo, mas os libertadores mandam nele", afirma
um dos gêmeos.
"Esse romance foi para nós um
descobrimento", disse Juan Carlos Zagal, um dos três integrantes
do grupo. "Mostra que estamos
num labirinto, mas sempre encontramos uma saída, ainda que
para um outro labirinto."
Além de apresentar uma leitura
coesa de "Gemelos" (Gêmeos), o
Troppa trabalha bem com o cenário, dividido em duas partes. Maquiagem, bonecos e diferentes
fundos também mudam constantemente o clima da ação, do drama à comédia.
(HCS)
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