São Paulo, quarta-feira, 15 de agosto de 2001

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DA RUA

Psicose

FERNANDO BONASSI

Você me chega como quem não quer nada, procurando no escuro obsceno dessa estrada por um pouso sereno, uma cama pra esticar esse corpinho cheio de coxas, seios e anáguas. De que negócio escuso você vem com susto? Onde meteu a mão sem ser chamada? É esquisita... mal me espera sair pra espalhar esse jornal sujo de vergonha pelo criado-mudo. Despe-se pra minha inocência naquele escritório além da parede... e ainda quer comida pronta?! Só posso te oferecer esse quarto espiado, minha lucidez empalhada e um copo de leite quente. Não me olhe assim que eu penso coisas estranhas... podia pendurá-la nesta parede... podia metê-la naquele porta-malas... Com licença, dona: tá na hora de chamar a mamãe.



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