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NOVELA
Perto da eleição, rede evita política às 19h
LAURA MATTOS
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
O personagem de Marco Ricca
na próxima novela das sete da
Globo, "O Beijo do Vampiro"
-que estréia dia 26-, ia ser um
prefeito. Mas, às vésperas das eleições, a emissora decidiu transformá-lo em promotor para evitar
problemas durante a campanha.
O autor da trama, Antônio Calmon, explicou que o promotor,
Augusto, defende a parte antiga
da fictícia cidade de Maramores.
"Com Armando [Eduardo Galvão], que defende a moderna, ele
tem problemas políticos", disse,
em entrevista coletiva, anteontem, no Rio. Em seguida, em tom
mais baixo, falou diante de um
grupo de jornalistas que o cercava
com gravadores: "Políticos não,
porque a gente não pode falar de
política até o fim das eleições". E
seguiu contando a história.
O autor negou à Folha, minutos
depois, que esteja evitando a política na trama em razão das eleições e que tenha recebido essa orientação da emissora. "Você
acha que eu ia colocar política em
uma novela de vampiros?!" Mas e
a declaração dada ao grupo de
jornalistas? "Eu não disse nada
disso. Nego veementemente. Por
que vocês [da Folha] sempre vêm
com esse tipo de pergunta? Não
quer saber nada da história?"
No ano passado, a Globo teve
problemas com o ex-senador Antonio Carlos Magalhães quando
exibia "Porto dos Milagres". Na
época em que ACM enfrentava
denúncias, a novela mostrava a
história de um senador corrupto,
interpretado por Lima Duarte,
que teve uma conversa gravada
secretamente por um adversário.
"O Beijo do Vampiro" é uma
novela de humor. Tem a intenção
de readequar o horário das sete
para o público infantil, já que a
novela atual, "Desejos de Mulher", tem cenas fortes de violência, com assassinatos, sequestros
e personagens alcoolizados.
"Os vampiros só mordem em
último caso", disse Calmon.
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