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De novo, venda para shows por site é confusa
Ingressos para Caetano e Roberto Carlos em São Paulo se esgotam em menos de uma hora; site ficou inacessível
No Rio, grupo esperou em frente à bilheteria durante a madrugada para comprar ingressos cantando sucessos de João Gilberto
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DO RIO
As vendas para o show de
João Gilberto no Rio e os de Roberto Carlos e Caetano Veloso
em São Paulo foram novamente marcadas por problemas nos
sites e telefones das empresas
vendedoras, irritando fãs que
não conseguiram nem acessar
os canais de compra.
Tanto a Ticketmaster (que
vendeu os shows de São Paulo)
quanto a Ticketronic (responsável pelos do Rio, onde houve
também venda no Teatro Municipal) não conseguiram manter seus sites funcionando normalmente a partir das 10h, hora oficial de início das vendas.
Os ingressos para os shows
de Roberto e Caetano (25/8 e
26/ 8) acabaram às 10h53; para
o de João Gilberto (24/8), não
foi informado o tempo exato.
"Fiquei conectada no site da
Ticketmaster, em dois computadores, desde antes das 10h. As
etapas para "avançar" davam
mil vezes "service unavailable"
[indisponível]", escreveu Olga
Harris -um dos 53 relatos recebidos pela Folha Online até
as 19h de ontem.
Com três computadores e
três telefones, a Folha tentou
comprar ingressos para os
shows de SP. Só conseguiu com
uma ligação feita por uma repórter no Rio Grande do Sul
(havia um número para quem
discava de SP e um para quem
discava de outros Estados).
No último dia 4, uma pane no
sistema da Ticketmaster causou transtornos durante a venda de ingressos para shows de
João Gilberto em São Paulo
(ontem e hoje).
Os problemas se repetiram
na segunda-feira, na comercialização de entradas para o show
de Roberto Carlos e Caetano
no Rio pela Ticketronic.
A Ticketmaster afirmou que
não iria se manifestar.
Pena Schimdt, diretor-artístico do Auditório Ibirapuera,
onde acontecem os shows, disse que a casa tem contrato com
a Ticketmaster há três anos:
"Nunca houve nenhum problema". "Mas esses shows foram
como a chegada do homem à
Lua, não há como comparar
com nenhum outro evento artístico recente. Nunca houve
essa demanda, não há fornecedor no Brasil preparado para
essa busca."
"Nenhuma empresa consegue justificar o custo de montar um sistema para atender
essa demanda especialíssima,
porque ela não vai acontecer de
novo", afirmou Schmidt.
Paulo Arthur Góes, diretor
de fiscalização do Procon-SP,
diz que o órgão já notificou a
Ticketmaster em busca de informações sobre os problemas
nas vendas da semana passada
e que a empresa enviou um relatório, que está sob análise.
"A Ticketmaster tem várias
autuações no Procon por lesar
o consumidor, não vender
meia-entrada direito e cobrar
taxas indevidas, como a de entrega mesmo quando o consumidor retira o ingresso na bilheteria", disse Góes.
Segundo ele, a argumentação
do Itaú (patrocinador do evento) e da Dueto (produtora), que
afirmam não ter responsabilidade pelos problemas das vendas de ingressos, não é válida.
"Todos os que participam da
cadeia de consumo, que tiram
proveito econômico dela, são
responsáveis solidariamente
pelos danos causados aos consumidores, segundo o Código
de Defesa do Consumidor.
Desde o patrocinador até o
vendedor de ingressos."
Procuradas pela Folha para
comentar a afirmação, as empresas não responderam até a
conclusão desta edição.
Fila no Rio
Cerca de 2.000 pessoas, segundo a PM, formaram uma fila que contornou o Teatro Municipal do Rio para adquirir ingressos para o show de João
Gilberto, no dia 24.
Os primeiros fãs chegaram às
14h30 de anteontem. O aposentado Hequel da Cunha Osório, 66, foi para o centro da cidade de carro e iniciou a espera
de quase 20 horas por duas cadeiras na platéia -espaço mais
caro do teatro, R$ 350.
"Na década de 70, comprei
um ingresso na frente do palco,
mas, por causa do problema na
acústica do Canecão, ele decidiu não tocar. Depois, na década de 80, vim assistir a um show
aqui no [Teatro] Municipal,
mas ele não veio porque estava
resfriado e não pôde ensaiar. Vi
que a compra na internet e pelo
telefone estava problemática.
Queria correr risco zero de perder esse show".
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