São Paulo, Quarta-feira, 15 de Setembro de 1999
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ARTES PLÁSTICAS

Dez galerias brasileiras participam do evento, que começa hoje

Feira de arte contemporânea em Paris destaca América Latina


CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

A arte contemporânea latino-americana é o destaque na 26ª Fiac (Feira Internacional de Arte Contemporânea), que começa hoje em Paris -logo, o Brasil é o destaque desta edição
Os números estão aí. Das 30 galerias da América Latina selecionadas, dez são brasileiras (leia quadro ao lado). Quem mais se aproxima deste número é o México, com sete galerias.
Este ano, a Fiac se dinamizou: criou espaços alternativos para instalações, privilegiou galerias especializadas em fotografia, homenageou a produção latino-americana (sempre latente). Tenta assim dar a volta por cima em um período de decadência em relação a outras três feiras do continente: Basiléia, Madri e Berlim. As iniciativas surtiram efeito no país, já que as principais galerias compareceram (ao todo são cerca de 50). Já os EUA comparecem com apenas oito.
Os brasileiros embarcaram para Paris com um olho no gato e outro na sardinha. Sabem que a feira não é a mais indicada para vendas diretas, mas também acreditam que o glamour despertado pela capital francesa levará muitos colecionadores e curadores de outros países.
"O mercado francês é movimentado principalmente pelas compras efetuadas pelos museus do país", disse Marcantonio Vilaça, da Camargo Vilaça, que comparece com obras de Adriana Varejão, Miguel Rio Branco, Beatriz Milhazes, Vik Muniz e outros. "Estou levando artistas que tiveram mostras recentes ou estão com mostras na cidade", complementou. Sua estratégia é convencer pela qualidade das obras e também pela presença anterior dos nomes no cenário da cidade.
Thomas Cohn também concorda que o governo local é o maior incentivador da arte contemporânea no país e, por isso, estará de olho no fluxo de curadores. "Tentarei contatos com os curadores interessados em artistas jovens", disse. Para a Fiac, além de obras de artistas consagrados, como Waltercio Caldas e Cildo Meireles, levará ainda emergentes que sequer fizeram suas primeiras individuais, como Raquel Garbelotti, Rodrigo Cunha e Carmen Alves.
A galerista Marília Razuk ataca em vários fronts. Leva artistas cujas produções estão ligadas à identidade brasileira, como Marcos Coelho Benjamim, Fernando Luchesi e Manfredo de Souza Neto, mas também artistas com carreira estabelecida na França, como Esther Grinspum. "Não vou pensar em grandes vendas, mas tenho certeza que teremos boa receptividade de crítica e de público", disse.


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