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ARTES PLÁSTICAS
Dez galerias brasileiras participam do evento, que começa hoje
Feira de arte contemporânea em Paris destaca América Latina
CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local
A arte contemporânea latino-americana é o destaque na 26ª
Fiac (Feira Internacional de Arte Contemporânea), que começa hoje em Paris -logo, o Brasil
é o destaque desta edição
Os números estão aí. Das 30
galerias da América Latina selecionadas, dez são brasileiras
(leia quadro ao lado). Quem
mais se aproxima deste número
é o México, com sete galerias.
Este ano, a Fiac se dinamizou:
criou espaços alternativos para
instalações, privilegiou galerias
especializadas em fotografia,
homenageou a produção latino-americana (sempre latente).
Tenta assim dar a volta por cima
em um período de decadência
em relação a outras três feiras do
continente: Basiléia, Madri e
Berlim. As iniciativas surtiram
efeito no país, já que as principais galerias compareceram (ao
todo são cerca de 50). Já os EUA
comparecem com apenas oito.
Os brasileiros embarcaram
para Paris com um olho no gato
e outro na sardinha. Sabem que
a feira não é a mais indicada para vendas diretas, mas também
acreditam que o glamour despertado pela capital francesa levará muitos colecionadores e
curadores de outros países.
"O mercado francês é movimentado principalmente pelas
compras efetuadas pelos museus do país", disse Marcantonio Vilaça, da Camargo Vilaça,
que comparece com obras de
Adriana Varejão, Miguel Rio
Branco, Beatriz Milhazes, Vik
Muniz e outros. "Estou levando
artistas que tiveram mostras recentes ou estão com mostras na
cidade", complementou. Sua estratégia é convencer pela qualidade das obras e também pela
presença anterior dos nomes no
cenário da cidade.
Thomas Cohn também concorda que o governo local é o
maior incentivador da arte contemporânea no país e, por isso,
estará de olho no fluxo de curadores. "Tentarei contatos com
os curadores interessados em
artistas jovens", disse. Para a
Fiac, além de obras de artistas
consagrados, como Waltercio
Caldas e Cildo Meireles, levará
ainda emergentes que sequer fizeram suas primeiras individuais, como Raquel Garbelotti,
Rodrigo Cunha e Carmen Alves.
A galerista Marília Razuk ataca em vários fronts. Leva artistas
cujas produções estão ligadas à
identidade brasileira, como
Marcos Coelho Benjamim, Fernando Luchesi e Manfredo de
Souza Neto, mas também artistas com carreira estabelecida na
França, como Esther Grinspum.
"Não vou pensar em grandes
vendas, mas tenho certeza que
teremos boa receptividade de
crítica e de público", disse.
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