LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As emissoras de TV decidiram esperar instruções do Ministério da Justiça antes de colocar em prática as regras da nova portaria. A previsão é que até a semana que vem, quando a lei entra em vigor, nenhuma grande alteração seja feita na programação.
O documento foi publicado segunda-feira no "Diário Oficial" da União e dita novas regras para a classificação de atrações na TV, rádio, cinema e espetáculos públicos. Apesar de não trazer grandes mudanças em relação à portaria anterior, assinada por Jarbas Passarinho em 1990, a nova lei foi recebida como uma ameaça de censura pelas redes de TV. As emissoras continuam analisando o documento, mas ainda não há alteração importante programada.
"A Globo vai esperar que o ministério explique como as regras devem ser seguidas. Há pontos da portaria que não estão claros", diz Luís Erlanger, diretor da Central Globo de Comunicação.
Ele afirma que, por enquanto, a emissora decidiu que vai mudar o aviso da classificação dos programas ao telespectador. "Antes dizíamos: "Este programa é liberado para maiores de tantos anos". Agora, para seguir a determinação do ministério, a mensagem vai ser dada de uma forma negativa: "Este programa não é recomendado para menores de tantos anos'", disse Erlanger.
Marinês Rodrigues, superintendente de programação da Gazeta, afirma que a emissora também espera esclarecimentos. "Há trechos muito subjetivos na portaria, que precisam ser elucidados."
A pedido da Folha, o Ministério da Justiça respondeu às principais dúvidas dos diretores de TV (veja ao lado). A assessoria do ministro José Gregori voltou a afirmar que a portaria não traz novidades e que seu objetivo não é restabelecer a censura, mas fazer cumprir o que já era determinado pela lei.


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