São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2001

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ARTES PLÁSTICAS

MinC programa mostra com guerreiros de terracota da tumba do imperador chinês Qin Shihuang

Exército de barro ocupa o Brasil em 2002

Reuters
Arqueólogos escavam tumba do imperador Qin Shihuang, com 6.000 guerreiros de terracota, em Xi'an, em 1998; mostra com parte deles vem ao Brasil em 2002


DA REPORTAGEM LOCAL

Um exército chinês deve invadir o Brasil em 2002. O Ministério da Cultura está negociando a vinda da mostra "Exército Chinês em Terracota do Imperador Qin Shihuang", que está excursionando pelo mundo. No mês passado, ela esteve em cartaz no Forum Grimaldi, em Mônaco.
Segundo Roberto de Hollanda, diretor do departamento de proteção do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), já foi feito um contato há três meses pelo presidente do instituto, Carlos Henrique Heck, quando a mostra estava em cartaz no México.
Em novembro, Heck e o secretário nacional do Patrimônio, Museus e Artes Plásticas, Octávio Eliseo, viajam à China para acertar os detalhes da exposição. "Esperamos levar a mostra a vários Estados brasileiros, mas ainda não temos definidos quais os locais", conta Hollanda.
Qin Shihuang (259 a.C a 210 a.C.) foi o responsável pela união e criação do primeiro império chinês. Durante sua dinastia (221 a.C a 206 a.C.), foi construída a Muralha da China. Estima-se que 70 mil trabalhadores construíram sua tumba. Cerca de 6.000 guerreiros de terracota (argila modelada e cozida em forno), em escala humana, protegiam a tumba, construída na cidade de Xi'an. Suas 3.000 mulheres e concubinas o acompanharam na tumba, cheia de tesouros.
Apenas em 1974, a tumba começou a ser aberta por arqueólogos. Em 1998, ainda era descobertos novos guerreiros e também cavalos em escala natural.
São alguns dos guerreiros de terracota, que medem cerca de 1,9 metro e em uniformes variados, encontrados na tumba em Xi'an que devem vir ao Brasil. A mostra já circulou pela Europa e pelos Estados Unidos.

Guggenheim
Antes de viajar para a China, o presidente do Iphan vai a Nova York para acompanhar a montagem da mostra "Brasil: Body and Soul", no museu Guggenheim.
"Minha passagem de avião e a do presidente Heck são os únicos gastos do governo brasileiro nesse evento", afirma Hollanda. Os dois vão inspecionar a montagem da mostra, nos Estados Unidos.
"Todos os outros gastos, inclusive a restauração do altar do mosteiro beneditino de Olinda, que custou cerca de R$ 670 mil , foram pagos pela iniciativa privada", diz Hollanda. "Essa restauração foi uma parceria entre o Iphan, os beneditos e a BrasilConnects", diz ainda o diretor.
O altar será enviado em dois dias diferentes, na próxima semana. "Caso haja algum imprevisto, não haverá problema, pois o altar tem duas partes idênticas e, se uma parte for perdida, será possível reconstrui-lo por inteiro."
Segundo Hollanda, "está tudo acertado para o envio de peças que pertencem ao Iphan a Nova York". "Estávamos preocupados com a data de abertura, mas o vice-presidente da BrasilConnects, Pedro Paulo de Sena Madureira, garantiu que o dia 11 de outubro será mantido." A mostra já foi adiada uma vez: tinha inauguração prevista no próximo dia 20. (FABIO CYPRIANO)


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