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Terra é metáfora de bienal em São Paulo
DA REPORTAGEM LOCAL
No concorrido calendário de
dezenas de bienais de arte contemporânea que existem pelo
mundo, São Paulo abre hoje mais
uma. Não se trata da 50ª Bienal de
São Paulo, que é inaugurada em
2002, mas da 4ª Bienal Barro de
América.
Evento singular no calendário
de mostras internacionais, esta é
uma parceria entre dois países:
Brasil e Venezuela. Idealizada pelo crítico venezuelano Roberto
Guevara, morto em 99 e homenageado nesta edição, a bienal surgiu tendo por tema a terra.
"Hoje, a terra é apenas uma referência, uma metáfora", conta
Leonor Amarante, curadora-adjunta da bienal. Assim, apesar do
nome, muitas das obras apresentadas não usam a terra como matéria-prima.
A bienal foi aberta no dia 17 de
junho na Venezuela, com obras
de 84 artistas distribuídos em
quatro espaços culturais de Caracas e Maracaibo. Parte da mostra
segue aberta.
A porção paulistana da bienal,
bem menor, é inaugurada hoje na
galeria Marta Traba, no Memorial
da América Latina. "É um recorte,
os artistas brasileiros que estão na
Venezuela estão expostos aqui,
com exceção de Adriana Barros,
mas a seleção de outros países é
bem menor", diz Amarante.
Pelo Brasil, estão Sandra Cinto,
Arthur Lescher, Florian Raiss,
Jorge Menna Barreto, Keila
Avear, Marco Paulo Rolla, Maria
Bonomi e Marlene Almeida. Pela
Venezuela, Mónica Montañes,
Mercedes Elena González, Tilena
Morales, Ramsés Larzábal, Adriana Barrios, Magdalena Fernández
e Nela Ochoa.
"Tivemos dificuldades em conseguir patrocínio, mas fizemos
questão de manter a bienal, mesmo num formato menor, para
não perdermos o intercâmbio",
afirma Amarante.
As obras ocupam não só a galeria Marta Traba, mas também seu
espaço ao redor, como a instalação da artista Magdalena Fernandez "5i000(3)". "Esta é a terceira
versão dessa obra, já fiz ela num
parque em Israel e também na
Venezuela." Ironicamente, numa
mostra que tem como tema o barro, uma obra que foi criada para
jardins teve que ser fincada nos
campos de concreto desenhados
por Niemeyer no Memorial.
(FCy)
4ª BIENAL BARRO DE AMÉRICA -
mostra com 17 artistas brasileiros e
venezuelanos que acontece
simultaneamente em Caracas e
Maracaibo. Curadoria: Fábio Magalhães
e Leonor Amarante. Onde: galeria Marta
Traba no Memorial da América Latina
(av. Auro Soares de Moura Andrade, 664,
Barra Funda, SP, tel. 0/xx/11/3823-4705). Quando: abertura hoje, às 11h; de
ter. a sex., das 10h às 16h; sáb. e dom.,
das 10h às 18h; até 21/10. Quanto:
entrada gratuita.
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