São Paulo, sábado, 15 de setembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Terra é metáfora de bienal em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

No concorrido calendário de dezenas de bienais de arte contemporânea que existem pelo mundo, São Paulo abre hoje mais uma. Não se trata da 50ª Bienal de São Paulo, que é inaugurada em 2002, mas da 4ª Bienal Barro de América.
Evento singular no calendário de mostras internacionais, esta é uma parceria entre dois países: Brasil e Venezuela. Idealizada pelo crítico venezuelano Roberto Guevara, morto em 99 e homenageado nesta edição, a bienal surgiu tendo por tema a terra.
"Hoje, a terra é apenas uma referência, uma metáfora", conta Leonor Amarante, curadora-adjunta da bienal. Assim, apesar do nome, muitas das obras apresentadas não usam a terra como matéria-prima.
A bienal foi aberta no dia 17 de junho na Venezuela, com obras de 84 artistas distribuídos em quatro espaços culturais de Caracas e Maracaibo. Parte da mostra segue aberta.
A porção paulistana da bienal, bem menor, é inaugurada hoje na galeria Marta Traba, no Memorial da América Latina. "É um recorte, os artistas brasileiros que estão na Venezuela estão expostos aqui, com exceção de Adriana Barros, mas a seleção de outros países é bem menor", diz Amarante.
Pelo Brasil, estão Sandra Cinto, Arthur Lescher, Florian Raiss, Jorge Menna Barreto, Keila Avear, Marco Paulo Rolla, Maria Bonomi e Marlene Almeida. Pela Venezuela, Mónica Montañes, Mercedes Elena González, Tilena Morales, Ramsés Larzábal, Adriana Barrios, Magdalena Fernández e Nela Ochoa.
"Tivemos dificuldades em conseguir patrocínio, mas fizemos questão de manter a bienal, mesmo num formato menor, para não perdermos o intercâmbio", afirma Amarante.
As obras ocupam não só a galeria Marta Traba, mas também seu espaço ao redor, como a instalação da artista Magdalena Fernandez "5i000(3)". "Esta é a terceira versão dessa obra, já fiz ela num parque em Israel e também na Venezuela." Ironicamente, numa mostra que tem como tema o barro, uma obra que foi criada para jardins teve que ser fincada nos campos de concreto desenhados por Niemeyer no Memorial. (FCy)



4ª BIENAL BARRO DE AMÉRICA - mostra com 17 artistas brasileiros e venezuelanos que acontece simultaneamente em Caracas e Maracaibo. Curadoria: Fábio Magalhães e Leonor Amarante. Onde: galeria Marta Traba no Memorial da América Latina (av. Auro Soares de Moura Andrade, 664, Barra Funda, SP, tel. 0/xx/11/3823-4705). Quando: abertura hoje, às 11h; de ter. a sex., das 10h às 16h; sáb. e dom., das 10h às 18h; até 21/10. Quanto: entrada gratuita.



Texto Anterior: Artes plásticas: Exército de barro ocupa o Brasil em 2002
Próximo Texto: Livro/Lançamentos - "Baudolino": Em quarto romance, Eco relata a história que poderia ter sido
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.