DO ENVIADO A PARIS

Setembro representa a entrada maciça da arte contemporânea brasileira no calendário francês. Em setembro, além de Marepe, apresentam-se, na capital francesa, Tunga, com uma instalação na entrada do Museu do Louvre, a dupla Mauricio Dias & Walter Riedweg, no Plateau, com um novo trabalho feito para o local, e Miguel Rio Branco, com grande retrospectiva na MEP (Maison Européenne de la Photographie).
"Creio que este é o ano Miguel Rio Branco na França. Ele teve uma grande mostra em Arles, apresenta-se em duas galerias parisienses e tem ainda a retrospectiva aqui em nosso museu", disse à Folha Jean-Luc Monterosso, diretor da MEP. Programada para ser aberta no próximo dia 27, a mostra reúne fotos, instalações, filmes e pinturas inéditas dos anos 60 e 70. "Creio ser justa essa presença significativa, pois ele é um artista polimorfo, que reflete o mundo atual e suas contradições", avalia Monterosso.
Inicialmente, a MEP sediaria a coleção de Edemar Cid Ferreira -cancelada porque o banqueiro é alvo de investigação por supostas irregularidades no Banco Santos. "Independentemente do que aconteceu, creio que ele seja um grande mecenas. Graças a ele, posso apresentar a fotografia brasileira aqui", conta o diretor.
Além de Rio Branco, a MEP mostra simultaneamente um festival de videoarte e outro de arte digital, só com artistas brasileiros. Entre eles, Cao Guimarães, Rivane Neuenschwander, Cris Bierrenbach, Thiago Rocha Pitta e Lucas Bambozzi.
Em outubro, a cena contemporânea nacional segue com artistas como Ernesto Neto, em Bignan, Janaína Tschäpe, no Jeu de Paumme, em Paris, Lygia Clark, no Museu de Belas Artes de Nantes, e Rosângela Rennó, no Festival de Outono parisiense, entre outros.
"O Ano do Brasil é um sucesso, e nós esperamos que essa colaboração seja permanente e em mão dupla", afirma Monterosso. Em 2008, a relação deverá alcançar novo patamar com o Ano da França no Brasil. (FC)


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