DA REPORTAGEM LOCAL

Pinturas que não são abstratas nem figurativas. Em "Oleodutos", exposição que será inaugurada hoje na galeria Virgilio, Marco Giannotti, 39, trabalha no limiar da representação pictórica.
As pinturas trazem imagens que remetem a tubulações e circuitos elétricos, cujos desenhos formam composições geométricas.
Parte das telas, a maioria em grandes dimensões, é apresentada em conjuntos de duas, três ou quatro, o que gera uma interrupção da continuidade das linhas. "Requer um certo esforço do espectador, para completar as ausências", afirma o artista.
O maior conjunto, com quatro telas, forma um painel de nove metros por três metros, em que cores se alternam: ora são figura, ora fundo. "Gosto muito de uma frase do Matisse que diz que cor é relação", diz Giannotti.
As cores são realçadas ainda pela mistura de têmpera e óleo, que cria opacidade e brilho diversos.

Pólvora
No térreo, Vanderlei Lopes, 32, apresenta uma série de pequenos desenhos feitos com álcool sobre papel stencil (usado em mimeógrafos). São imagens que fazem referência ao cinema por sua narrativa quase seqüencial e pela inspiração no universo de Tarkovski.
Lopes mostra ainda três desenhos feitos com pólvora sobre papel e um vídeo, no qual ele "queima" o desenho de uma árvore. (TEREZA NOVAES)