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MÚSICA
Norte-americano começa amanhã a turnê brasileira de seu novo disco, "Hotel", e promete mostrar fase eletrônica
Moby toca hits pessoais com banda completa
ADRIANA FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Eis que finalmente Moby chega
ao Brasil, e é inevitável a sensação
de que esta turnê deveria ter acontecido há pelo menos seis anos,
mas deixa para lá.
O músico norte-americano começa os shows brasileiros de seu
novo disco, "Hotel", amanhã, em
São Paulo, ofuscado por uma leva
de festivais que acontecem nas
próximas semanas, como Nokia
Trends, Curitiba Rock Festival e
Tim Festival, e restrito a poucos,
já que o preço dos ingressos varia
de R$ 100 a R$ 300 (valor que garante a entrada de três dias no
Tim Festival, por exemplo).
Mas esta é a primeira vez que
Moby vem ao país com seu show
completo -em 1993, ele discotecou em raves em São Paulo, Curitiba e Porto Alegre e, no ano passado, em uma festa fechada no
Rio de Janeiro-, e esse é um bom
motivo para fazer esse investimento. Mesmo sendo "Hotel" seu álbum menos empolgante e, segundo ele, o mais pessoal.
"A maioria das músicas foram
escritas e cantadas por mim e são
sobre emoções com as quais estava lidando enquanto fazia o disco", contou Moby em entrevista à
Folha por e-mail.
Além de uma lista de exigências,
que inclui de comida vegetariana
a sofás e cadeiras de material sintético, ele traz uma equipe de mais
de 20 pessoas, seis delas que estarão no palco. "Toco guitarra, teclados, percussão e canto", explica. "O show tem músicas dos discos "Play", "18" e, claro, de "Hotel"."
O repertório, segundo ele, não
está completamente definido.
"Mas, definitivamente, vamos tocar "Porcelain", "We Are All Made
of Stars" [ambas de "Play'] e "Lift
me Up" [de "Hotel']", afirma.
Quem já fez muitas dancinhas,
embalado por sua fase mais eletrônica, pode comemorar. "Nós
também tocamos algumas velhas
faixas de rave, além de covers",
garante Moby.
Todos os shows terão atrações
de abertura. Em São Paulo, tocam
o DJ Gil Barbara e o produtor Nego Moçambique, no hotel Unique, e os DJs Zé Gonzales e Nuts,
no Espaço das Américas. No Rio,
a noite começa com os DJs Marcelinho da Lua e Patife e, em Belo
Horizonte, com Robinho.
Anti-Bush
Moby alcançou o mainstream
em 1999, com seu sexto álbum,
"Play", gravado num estúdio em
sua casa e que vendeu 10 milhões
de cópias. O disco é seu último
trabalho realmente admirável,
com faixas que passam por ambient, rock, tecno, blues, gospel.
Desde então, o músico rende
notícias de monte, seja por seus
dois últimos megalançamentos,
"18" e "Hotel", ou por sua firme
posição em relação à política do
governo Bush. Em sua apresentação na Venezuela, neste mês,
Moby se desculpou pelos Estados
Unidos e afirmou novamente ter
vergonha de ser norte-americano.
Questionado pela Folha se já
pensou em viver em outro país,
escreveu: "Muitas vezes. Possivelmente na Nova Zelândia".
Aos 40 anos, completados no
dia 11 de setembro, mesma data
dos atentados ao World Trade
Center, em Nova York, Moby
mantém um blog (www.moby.com/journal), no qual escreve
diariamente os registros de sua
turnê, além de dezenas de críticas
ao governo de seu país. As últimas
anotações são do dia de seu aniversário. "Estou sentado no aeroporto de Bogotá [Colômbia], esperando pelo vôo para Santiago
[Chile]. E é 11 de setembro, meu
aniversário, mas também aniversário do pior ataque terrorista da
história dos Estados Unidos (...).
Sem o 11 de Setembro, George
Bush não teria invadido o Afeganistão e o Iraque. Sem o 11 de Setembro, milhares de inocentes
que morreram naquele dia poderiam estar tomando o café da manhã com suas famílias..."
Além da atividade política, dos
shows, das gravações e das hoje
raras discotecagens, Moby tem
um restaurante natural, o Teany,
em Nova York, no qual se diz bastante envolvido no momento. "Eu
o montei com minha ex-namorada, o que é muito interessante.
Tentar manter um restaurante
com uma ex-namorada não é fácil, embora as coisas agora estejam muito melhores!"
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