LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

No circuito descolado da noite paulistana, a cantora e compositora Céu já arrasta um pequeno séquito de admiradores. A recepção calorosa se estende ao público estrangeiro e gerou um convite para se apresentar no prestigioso Festival de Jazz de Montréal. Mas o que ela quer de fato é entoar seu doce canto por essas terras de "Malemolência" -título de uma das canções de seu álbum de estréia, lançado em 2005.
A disposição de conquistar as platéias nacionais fica expressa tanto em sua prosa quanto em sua música, já no início do "Ensaio" que lhe é dedicado. O ultimato charmoso do número de abertura, "Roda" (caiu na roda/ou acorda/ou vai rodar!), é um convite a aderir à ciranda de Céu.
Filha do músico Edgard Poças e da Carolina que serviu de inspiração a Jorge Benjor e Gilberto Gil em "Carolina, Carol Bela", ela diz que suas influências vão de João Gilberto e Dolores Duran a Jimi Hendrix e Bob Marley. Do papa do reggae, ela apresenta uma versão de "Concrete Jungle". Outro mestre que ela reverencia é o maestro Moacir Santos. Do inventor genial de "Coisas", ela canta "Nanã" (parceria dele com Márcio Telles).
No fim, ainda sobra tempo para convocar, "Lá de Angola", o saudoso João Nogueira.