São Paulo, sexta-feira, 15 de setembro de 2006

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Crítica

"Fantasmas" incomoda por causa da aridez

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não é fácil entender por que a crítica americana destrói determinados filmes. Para além de suas qualidades e defeitos, são em geral filmes corrosivos -como o "Showgirls", de Verhoeven- que expõem um certo "dark side" da sociedade americana.
Nesse sentido, a unanimidade que, na imprensa, sucedeu o 11 de Setembro já se encontrava na crítica de cinema dos EUA mesmo antes de as torres gêmeas serem atacadas.
Outro que não costuma ter boa sorte com a crítica americana é John Carpenter. Em "Fantasmas de Marte", (AXN, 22h), ele desloca a ação para os cafundós do século 22. E para Marte, claro.
Há aridez. Existe ainda a questão da transferência de um prisioneiro e a descoberta de uma cidade morta. Tudo incomoda, é verdade. E a crítica rejeita o filme.
É verdade também que o cinema atual não é feito para incomodar: nada deve atrapalhar nossa diversão e/ou lembrar que existe mundo real. A crítica segue os desígnios da indústria.


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