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POLÍTICA
Comissão definirá prioridades
Loteria beneficiará conteúdo social
SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO
As verbas provenientes da implantação da Loteria da Cultura,
cujos bilhetes, na forma de raspadinha a R$ 1, começaram a ser
vendidos ontem, devem beneficiar especificamente "projetos independentes com conteúdo voltado a projetos sociais", segundo
a secretária estadual da Cultura,
Cláudia Costin, 47.
Os R$ 10,2 milhões anuais (cerca de 10% do orçamento para a
Cultura neste ano) que a pasta
planeja arrecadar com os bilhetes
serão distribuídos conforme decisão de uma comissão de programação, composta por seis técnicos da própria Secretaria da Cultura e seis representantes da sociedade civil, que irá definir as
áreas prioritárias -que não serão
apenas cinema e teatro, conforme
chegou a ser divulgado inicialmente.
Costin diz que a diferença entre
o valor previsto para a loteria paulista e a sua correspondente no
Rio de Janeiro (que deve arrecadar aproximadamente R$ 40 milhões por ano) deve-se a uma
preocupação jurídica.
"O Rio possui uma modalidade
um pouco mais ousada, baseada
em TV, internet, telefone. Nós
achamos interessante começar
com algo que seria juridicamente
mais seguro. A pior coisa que poderia acontecer seria iniciar com
um questionamento na Justiça,
como ocorreu com o disque 900
[extinta linha de informações pagas]. Preferimos experimentar
-ver como vamos operar e destinar esses recursos", diz.
Para a secretária, "R$ 10 milhões
é muita coisa para nós. É mais do
que os R$ 4 milhões que eram arrecadados quando tínhamos uma
lei de incentivo à cultura no Estado de São Paulo".
Costin também refuta afirmações de que seria condenável ter
uma fonte de financiamento para
a cultura vinda de um jogo de
azar: "A loteria é uma experiência
internacional, chegou aos EUA, à
Inglaterra, Espanha. A gente poderia se preocupar, no caso brasileiro, que o consumidor de bilhete
de loteria vem das camadas mais
pobres da população. Mas é equivocado o pressuposto de que as
camadas mais pobres da população não têm interesse ou não podem se beneficiar de atividades da
cultura. O problema das camadas
mais pobres é um problema de
acesso, não de interesse. Tanto
que o decreto que estabelece a Loteria da Cultura menciona que serão apoiados projetos independentes, que tenham conteúdo voltado a projetos sociais".
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