São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2000

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NET CETERA

Um "No Limite" de verdade: com sexo

SÉRGIO DÁVILA
NA FLÓRIDA

As eleições são o assunto da semana também na rede. O que está em jogo, no entanto, é mais interessante do que o próximo presidente dos EUA: trata-se de quem você vai escolher para ficar mais tempo em frente às câmeras digitais fazendo sexo explícito. O último a sair ganha o prêmio.
Exato, é o "No Limite" sexual, americano, que começou no último sábado. Batizado de "Sex Survivor 2000" (http://209.189.43.69/index2.html), funciona quase do mesmo jeito: 28 concorrentes, 14 homens e 14 mulheres, estão isolados num lugar. O espectador vai votando em quem deve sair e em quem deve ficar. No final, os três casais vencedores dividem US$ 1 milhão em prêmios.
Só que tem sexo. Muito sexo.
Por que o programa está nesta coluna de família? Primeiro, porque é tão ruim que é bom. Segundo, porque acaba de vez com a hipocrisia: no fundo, no fundo, o que todo o mundo queria saber em "No Limite" era quem transava com quem, não era?
Depois, as concorrentes mais ajeitadas acabaram dando um jeito de sair nuas ou em "ensaios sensuais" em alguma revista, não deram? Pois em "Sex Survivor 2000" já está tudo lá. Antes.
Além disso, a proposta de "Survivor", "Big Brother" e similares não era desde o começo ser um "reality show", com pessoas de verdade? Quais pessoas de verdade são aquelas das noites de domingo que ficam semanas juntas na praia e não fazem sexo?
Veja a explicação do produtor, Michael Caruso: "É mais do que só sexo; os participantes também têm de cozinhar uns para os outros, arrumar a casa, fazer a cama do amigo". Ou seja, a vida como ela é. Se o mundo fosse comandado por Larry Flint, claro.
Até agora, no lado das concorrentes, temos "Dru Berrymoore" e uma profusão de nomes próprios sem sobrenome, como só acontece no meio: Bridgette, Zarina, Sky, Zoe e... sim, Sandy. Do lado de lá, concorrem Ronnie Cox, o tenente-coronel Rudy Cummings, "Axl Hose" (um trocadilho que envolve mangueira, melhor nem explicar) e Rafe.
O mais pitoresco são os detalhes. A apresentadora do show, por exemplo, é uma certa Kira Reed, "mais que uma apresentadora, uma deusa sexual!". A ficha dos candidatos é minimalista. Eis o que sabemos de Bridgette: tem 48 quilos, mede 1,67 metros e o tamanho de seu sutiã é 34D.
Mais: todos os participantes tiveram de apresentar HIV negativo, entre outras exigências. Quem conduziu os testes foi a ex-estrela erótica Sharon Mitchell, hoje dona da Adult Industry Medical Health Foundation, clínica especializada em atores pornôs.
Três poréns. Primeiro, custa US$ 69,95 para entrar. Segundo, tem de ser maior de idade. Terceiro, você não vai ficar perdendo tempo com pornografia, vai?

MAIS TRÊS COISAS
1. Sushi erótico
Visite já www.i-k-u.com. É do novo filme "pornô-arte" "I-K-U", que está fazendo barulho pelos festivais. Espécie de "Blade Runner" explícito, conta a história das replicantes sexuais do ano 2016. Segundo a diretora, "iku" é o som que as japonesas fazem na hora do orgasmo... Pena que o site ainda tem partes em construção.

2. Perguntar não ofende
Nem que seja pela curiosidade antropológica, vale uma visita ao site do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson (www.askoj.com). Para quem topar pagar US$ 9,95 por mês, ele promete mostrar evidências de sua inocência que não pôde entregar à Justiça. Para o resto normal da humanidade, tem as duas primeiras entrevistas que deu já disponíveis.

3.O site da semana
www.mgm.com/hannibal Acaba de entrar no ar o site da continuação de "O Silêncio dos Inocentes", "Hannibal", dirigido por Ridley Scott. Se o filme for metade do que é o livro de Thomas Harris, será obrigatório. Estréia nos EUA em 9 de fevereiro, e sete dias depois, no Brasil.
E-mail: sergiodavila@uol.com.br


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