São Paulo, quinta-feira, 15 de novembro de 2001

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Livro traça panorama do grupo

DA REDAÇÃO

Para resgatar uma trajetória de dez anos, a memória não é suficiente. Em se tratando da trajetória dos Parlapatões, menos ainda. O grupo, que mantém 12 de seus espetáculos em repertório, vive reapresentando-os na rua, em espaços culturais e em teatros, o que bagunça a cronologia do grupo.
Além disso, como as montagens baseiam-se em pesquisa, há todo um processo de preparação e ensaio do qual o público não toma conhecimento. Para sanar essa lacuna, um livro contando toda a história "parlapatonesca" deve ser lançado até janeiro próximo, em edição independente patrocinada pelo Sesc, que também apóia o espetáculo "Pantagruel".
A cargo do texto principal, está o jornalista Valmir Santos, colaborador da Folha.
Além da parte escrita, praticamente finalizada, que Possolo deseja que tenha a mesma comicidade inerente à trupe, o livro contará com um registro iconográfico apurado. "Não queremos que apareçam no livro apenas fotos de espetáculos, nas quais sempre estamos maquiados e fazendo careta. Queremos fotos em que estejamos fazendo careta, mas porque comemos bem ou mal, registros de ensaios, entre outros", diz.
Dessa forma, o grupo, um dos raríssimos a ter sede própria, espaço de ensaio e "algum dinheiro", evidencia seu projeto constante de aproximar público e cultura, "embora nenhum governo considere essa questão prioritária", critica Possolo. "Somos vistos como exceção, mas deveríamos ser a regra", diz.
Resumindo o espírito não só do projeto, como o do grupo, Possolo completa: "Somos artistas em qualquer lugar, sob quaisquer condições. O símbolo dos Parlapatões é um chapéu, um tijolo e uma flor. O chapéu é o que passamos para o público como forma de conseguir dinheiro; o tijolo representa o peso do nosso trabalho, porque trabalhamos duro; a flor representa a poesia que tentamos levar ao público, no meio de tanta dificuldade". (LP)



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