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Livro traça panorama do grupo
DA REDAÇÃO
Para resgatar uma trajetória de
dez anos, a memória não é suficiente. Em se tratando da trajetória dos Parlapatões, menos ainda.
O grupo, que mantém 12 de seus
espetáculos em repertório, vive
reapresentando-os na rua, em espaços culturais e em teatros, o que
bagunça a cronologia do grupo.
Além disso, como as montagens
baseiam-se em pesquisa, há todo
um processo de preparação e ensaio do qual o público não toma
conhecimento. Para sanar essa lacuna, um livro contando toda a
história "parlapatonesca" deve
ser lançado até janeiro próximo,
em edição independente patrocinada pelo Sesc, que também
apóia o espetáculo "Pantagruel".
A cargo do texto principal, está
o jornalista Valmir Santos, colaborador da Folha.
Além da parte escrita, praticamente finalizada, que Possolo deseja que tenha a mesma comicidade inerente à trupe, o livro contará com um registro iconográfico apurado. "Não queremos que
apareçam no livro apenas fotos de
espetáculos, nas quais sempre estamos maquiados e fazendo careta. Queremos fotos em que estejamos fazendo careta, mas porque
comemos bem ou mal, registros
de ensaios, entre outros", diz.
Dessa forma, o grupo, um dos
raríssimos a ter sede própria, espaço de ensaio e "algum dinheiro", evidencia seu projeto constante de aproximar público e cultura, "embora nenhum governo
considere essa questão prioritária", critica Possolo. "Somos vistos como exceção, mas deveríamos ser a regra", diz.
Resumindo o espírito não só do
projeto, como o do grupo, Possolo completa: "Somos artistas em
qualquer lugar, sob quaisquer
condições. O símbolo dos Parlapatões é um chapéu, um tijolo e
uma flor. O chapéu é o que passamos para o público como forma
de conseguir dinheiro; o tijolo representa o peso do nosso trabalho, porque trabalhamos duro; a
flor representa a poesia que tentamos levar ao público, no meio de
tanta dificuldade".
(LP)
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