São Paulo, sábado, 15 de novembro de 2003 |
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Músico lança "Letra Só", livro em que comenta a arquitetura de algumas de suas canções, e fala sobre Maria Rita, Lula e Gilberto Gil no poder Caetano nas entrelinhas
PEDRO ALEXANDRE SANCHES JARDS MACALÉ - "Fiz a música
que ele não quis fazer ["Esse Cara", que, segundo "Letra Só", Macalé não quis musicar porque
"podiam achar que aquilo era coisa de veado"] e continuamos em
Londres, tocando juntos, nos divertindo, conversando até de madrugada. Ele morava na minha
casa. Não houve nenhum momento de animosidade por causa
disso, não houve briga". ELIS REGINA - "Quando cantou
num especial de Gal Costa na Globo, Elis me pareceu muito mais
artista que Gal. Em geral as pessoas achavam o contrário, porque
Elis não abria o olho, a roupa era
estranha. Mas Elis ali me pareceu
um músico, um artista com uma
tragédia de vida que aparecia na
arte, na postura, no estilo. Nunca
uma cantora de tão alto talento
musical chegou ao estrelato no
Brasil. Ela é única, entre as estrelas
não há ninguém. Há Jane Duboc,
Leny Andrade, mas ao primeiro
time de estrelato só Elis chegou". MARIA RITA -"O que mais me
impressiona é a alta qualidade
musical dela. Nesse ponto ela está
no nível de Elis, lá em cima. Mas é
é uma menina de 20 e poucos
anos que canta ao estilo de uma
mulher que aos 20 e poucos anos
nem sonhava que chegaria a cantar assim. Maria Rita aprendeu
mais justamente com a última fase de Elis. Mas ela começa com
uma base de segurança que a mãe
não teve. A mãe era um grande talento que foi jogado aos leões". PRETA GIL - "Ela canta muito
bem, sem problema. A nudez da
fotografia nem precisava mostrar,
porque no show mostra que é
muito desembaraçada. Preta Gil é
o melhor do axé refinado, bem-humorado, um pouco debochado, um pouco autoparódico. É filha de tropicalista, foi educada
nesse ambiente. As fotos dela nua,
não achei geniais como atitude,
mas também não achei detestáveis. Não achei isso um aspecto
muito importante. Talvez eu não
achasse a foto tão bonita assim
para dizer que adorei, mas nem é
feia para justificar um problema". |
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