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A camisa mudou, mas a voz...
da Reportagem Local
Trata-se de uma verdadeira heresia, mas John Fogerty não está de
camisa de flanela xadrez na capa
de seu novo CD "Premonition".
Não importa. Esqueça a camisa
que ele usava quando cantava no
Creedence Clearwater Revival e tinha 23 anos. E ouça o CD para perceber que, aos 53, ele continua cantando tão bem quanto.
Esses 30 anos que separam "Premonition" de "Creedence Clearwater Revival" (o primeiro de sua
histórica banda, lançado em junho
de 1968) não foram suficientes para torná-lo um destruidor de seus
próprios clássicos.
Fogerty não foge das músicas
nem inventa novos arranjos. Grita
da mesma forma estridente que
gritou quando gravou seus 55 clássicos em vinil (são as canções dos
seis primeiros álbuns da banda).
E a guitarra, melhorou? Não. Está
exatamente igual aos discos trintões. E isso, pode acreditar, é motivo de comemoração.
"Born on the Bayou", "I Put Spell
On You", "Who"ll Stop the Rain" e
"Fortunate Son" são imperdíveis,
com solos e berros idênticos aos
originais, mas com uma qualidade
sonora que nenhum dos dois discos ao vivo do Creedence -sem
contar os piratas- alcançou.
No meio do disco, há um batalhão de oito canções da fase solo.
Pelo menos três delas, "Rockin' All
Over the World", "Swamp River
Days" e "The Old Man Down the
Road", são Creedence puro. O resto, a gente pula.
(IF)
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