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Episódio é o mais lucrativo
DENISE BOBADILHA
especial para a Folha, de Londres
Sean Connery pode ser o James
Bond mais conhecido do cinema,
mas o ator irlandês Pierce Brosnan
é o mais lucrativo.
Seu último filme no papel do
agente 007, "O Amanhã Nunca
Morre" ("Tomorrow Never
Dies"), que estréia hoje em São
Paulo, é a maior bilheteria já feita
com um filme protagonizado pelo
agente secreto britânico.
Após dez dias de seu lançamento
mundial, no final de dezembro, o
filme já havia arrecadado US$ 140
milhões em todo o mundo.
No Reino Unido, fez US$ 6,1 milhões em três dias nos cinemas.
Mas, nos Estados Unidos, "O
Amanhã Nunca Morre" assustou
o mercado e rendeu US$ 62 milhões em pouco mais de uma semana em cartaz.
O estúdio produtor do filme, a
Metro-Goldwyn-Mayer, admitiu
sua surpresa com o sucesso, já que,
nos Estados Unidos, o 18º filme de
James Bond concorreu com a superprodução "Titanic", dirigida
por James Cameron e com Leonardo DiCaprio no elenco, e os novos
Quentin Tarantino ("Jackie
Brown") e Steven Spielberg
("Amistad").
De acordo com a MGM, "007
Contra Goldeneye" (1995), o filme
anterior baseado no mesmo personagem, também protagonizado
por Pierce Brosnan, era até então a
produção de Bond mais lucrativa
do cinema, com renda final de US$
350 milhões.
Pelas projeções do estúdio, "O
Amanhã Nunca Morre" deve faturar entre 10% e 20% a mais que
seu antecessor.
A única pedra no caminho de
Bond é o processo que a MGM está
sofrendo por três roteiristas de
Baltimore, que afirmam que a história de "O Amanhã Nunca Morre" foi copiada de um roteiro feito
por eles e distribuído para alguns
estúdios em 96.
Mas o suposto plágio não conseguiu fazer barulho e o agente segue
lucrando sem parar em todo o
mundo. O sucesso do James Bond
97 pode ser explicado em parte pela mudança de rumo que o diretor
Roger Spottiswoode imprimiu ao
personagem.
Em vez de centrar-se nas soluções tresloucadas e clima kitsch
dos filmes anteriores baseados nos
livros de Ian Fleming, "O Amanhã
Nunca Morre" é ação pura. Faz
bonito ao lado de concorrentes do
gênero em 97 como "A Outra Face" e "Conair" - só que com
personagens infinitamente mais
charmosos.
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