São Paulo, sexta, 16 de janeiro de 1998.



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Episódio é o mais lucrativo

DENISE BOBADILHA
especial para a Folha, de Londres

Sean Connery pode ser o James Bond mais conhecido do cinema, mas o ator irlandês Pierce Brosnan é o mais lucrativo.
Seu último filme no papel do agente 007, "O Amanhã Nunca Morre" ("Tomorrow Never Dies"), que estréia hoje em São Paulo, é a maior bilheteria já feita com um filme protagonizado pelo agente secreto britânico.
Após dez dias de seu lançamento mundial, no final de dezembro, o filme já havia arrecadado US$ 140 milhões em todo o mundo.
No Reino Unido, fez US$ 6,1 milhões em três dias nos cinemas. Mas, nos Estados Unidos, "O Amanhã Nunca Morre" assustou o mercado e rendeu US$ 62 milhões em pouco mais de uma semana em cartaz.
O estúdio produtor do filme, a Metro-Goldwyn-Mayer, admitiu sua surpresa com o sucesso, já que, nos Estados Unidos, o 18º filme de James Bond concorreu com a superprodução "Titanic", dirigida por James Cameron e com Leonardo DiCaprio no elenco, e os novos Quentin Tarantino ("Jackie Brown") e Steven Spielberg ("Amistad").
De acordo com a MGM, "007 Contra Goldeneye" (1995), o filme anterior baseado no mesmo personagem, também protagonizado por Pierce Brosnan, era até então a produção de Bond mais lucrativa do cinema, com renda final de US$ 350 milhões.
Pelas projeções do estúdio, "O Amanhã Nunca Morre" deve faturar entre 10% e 20% a mais que seu antecessor.
A única pedra no caminho de Bond é o processo que a MGM está sofrendo por três roteiristas de Baltimore, que afirmam que a história de "O Amanhã Nunca Morre" foi copiada de um roteiro feito por eles e distribuído para alguns estúdios em 96.
Mas o suposto plágio não conseguiu fazer barulho e o agente segue lucrando sem parar em todo o mundo. O sucesso do James Bond 97 pode ser explicado em parte pela mudança de rumo que o diretor Roger Spottiswoode imprimiu ao personagem.
Em vez de centrar-se nas soluções tresloucadas e clima kitsch dos filmes anteriores baseados nos livros de Ian Fleming, "O Amanhã Nunca Morre" é ação pura. Faz bonito ao lado de concorrentes do gênero em 97 como "A Outra Face" e "Conair" - só que com personagens infinitamente mais charmosos.



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