São Paulo, sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

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Cinema/estréias

"Turma passa a existir quase fisicamente"

Para Mauricio de Sousa, tecnologia digital usada em seu 10º longa, "Uma Aventura no Tempo", aproxima Mônica e cia. do real

Autor comemora animação feita por equipe jovem, "que aprendeu a ler com a Turma da Mônica", e se prepara para pôr turminha na escola


CHRISTIAN PETERMANN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No Brasil, praticamente não há quem não conheça Mauricio de Sousa, 71, pai da Turma da Mônica. O quadrinista está exultante com a estréia, hoje, do 10º longa-metragem com sua marca, "Turma da Mônica em uma Aventura no Tempo", sua realização audiovisual mais ambiciosa até o momento.
Sob produção do prolífico Diler Trindade e com o suporte tecnológico da LaboCine, a aventura de ficção científica transporta de vez os famosos personagens à sensibilidade dos dias de hoje.
Mauricio declara-se satisfeito com as parcerias comerciais e técnicas que estabeleceu e se diz recompensado por trabalhar com artistas muito jovens, inclusive adolescentes. "Eles aprenderam a ler com a Turma da Mônica e fazem o trabalho com prazer. Eles trazem gírias às falas, agilizam o ritmo, vivem cheios de idéias", declara.
E completa: "E, com a tecnologia digital, então, uma superferramenta que caiu no meu colo, é impressionante o que posso fazer. Meus personagens passaram a existir quase fisicamente. Eles são um programa de computador arquivado!".
O quadrinista destaca a importância do trabalho disciplinado e em equipe -o filme é co-dirigido por André Passos, Clewerson Saremba e Rodrigo Gava. Ressalta ainda a expressiva trilha sonora de Márcio Araújo e Danilo Adriano e a criativa participação dos dubladores, que ajudaram a definir a linguagem e o rendimento de cada personagem: "Há reações do Cascão, por exemplo, que foram criadas por sua voz, Paulo Cavalcante, e que levaram o roteiro a ser reescrito".

Na escola
Entre os incansáveis projetos de Mauricio de Sousa estão a produção do DVD "Cine-Gibi 3", para lançamento em outubro, que incluirá a restauração de um raro curta de Natal da década de 70, e a realização, totalmente em computação gráfica e em 3D, de um longa estrelado por Horácio.
Além disso, o pai da Mônica prepara, nos quadrinhos, a inclusão da garota mandona e de sua turma no ambiente escolar: "Pela primeira vez, em 40 anos, iremos vê-los de uniforme, conversando sobre coisas da escola. Estou em contato direto com pedagogos para estudar como colocar a dinâmica das aulas nas histórias. Não quero nada didático, mas acho que posso passar boas idéias."
Por enquanto, Mauricio se prepara para sair na avenida -não apenas como o bom folião que afirma ser mas como tema do desfile da escola de samba paulistana Unidos do Peruche, que acontece à 0h30 deste domingo no Anhembi (zona norte de SP).
O homenageado está curioso para ver o resultado final das alegorias: "Não houve nenhuma interferência minha. Vi os carros ainda incompletos, e eles são exemplos da pura arte popular", afirma.


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