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Aplaudido, "Casa de Alice" retrata classe média baixa
DA ENVIADA A BERLIM
"Esse filme foi feito com coração e alma. Espero que vocês
gostem", disse o diretor brasileiro Chico Teixeira, anteontem à noite, na abertura da sessão de seu "A Casa de Alice",
que integra a mostra Panorama, no 57º Festival de Berlim.
O público, numeroso, deu sinais de apreço, aplaudindo ao
final da projeção e permanecendo (em bom número) para
debater o filme com o diretor
-praxe no Festival de Berlim.
A seção Panorama traz 50 títulos nesta edição. É paralela à
disputa pelo Urso de Ouro (na
qual está o brasileiro "O Ano
em que Meus Pais Saíram de
Férias", de Cao Hamburger)
mas também reserva prêmios
aos seus participantes, como o
de melhor filme, segundo a escolha do público.
No roteiro, Teixeira teve a
parceria de Marcelo Gomes, diretor de "Cinema, Aspirinas e
Urubus". "A Casa de Alice" segue a tendência em ascensão no
cinema brasileiro de ficções
realizadas com registro documental, interpretação naturalista e histórias mínimas.
Pequenezas e picuinhas
O longa se debruça sobre o
cotidiano de uma família de
classe média baixa em São Paulo. Alice (Carla Ribas) é manicure, casada com Lindomar (Zé
Carlos Machado), motorista de
táxi. Na casa moram ainda os
três filhos adolescentes do casal e a mãe dela (Berta Zemel).
A trama dispensa os grandes
acontecimentos, para olhar
com ternura as pequenezas do
dia-a-dia. Assim, o dinheiro
curto e as picuinhas existentes
entre os irmãos, entre o casal
ou entre o genro e a sogra sedimentam "A Casa de Alice".
A particularidade de cada
morador é dada pela forma como ele enfrenta e administra o
desejo sexual.
(SA)
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