São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2005 |
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TEATRO Ator volta pela segunda vez à dramaturgia em "Um Homem Indignado", monólogo em que critica a invasão dos "reality shows" Walmor Chagas critica poder da imagem
VALMIR SANTOS Folha - Numa passagem, o Velho fala que aprendeu a fazer teatro por meio da literatura. Hoje, seria por meio da TV. Esse é o conflito? Walmor Chagas - Exatamente. Ele foi educado por meio da palavra. Hoje, quem educa é a imagem. Acredita que a imagem se tornou tão importante que arma um estúdio para filmar, como se fosse um "reality show", no qual as pessoas morrem em cena. Esses programas são de uma morbidez danada, as pessoas ficam confinadas. Mesmo que tenha fantasia, bebida, comida e até um prêmio de R$ 1 milhão, é uma prisão. Ninguém diz, ninguém está a fim de ser contra a Globo, contra o público do mundo inteiro que acha o "reality show" genial, porque no "Big Brother" as pessoas dançam, trepam em cena, se casam... Essa é a destruição que o império americano faz contra a gente. Há uma correlação na peça quanto à destruição dos incas pelos espanhóis, que acabaram com aquela civilização. O [conquistador Francisco] Pizarro de agora, o Bush, quer cortar a cabeça das pessoas para tomar a terra delas. Folha - A indignação converge
para uma morte anunciada. Sinal
de que não há saída? Folha - O protagonista não vê saída nesta era da imagem, mas o próprio espetáculo se apropria dela.
Um cineasta assina a direção, você
atua na TV. Não é contraditório? Folha - Qual sua opinião sobre a
Lei de Fomento ao teatro em SP? Folha - E o governo Lula? Um Homem Indignado Onde: CCBB-SP (r. Álvares Penteado, 112, centro, tel. 0/xx/11/ 3113-3651) Quando: estréia amanhã (convidados); de qui. a sáb., às 20h; dom., às 19h; até 22/5 Quanto: R$ 15 Texto Anterior: Artes: Críticos escolhem os artistas de destaque em 2004 Próximo Texto: "Dança Lenta no Local do Crime" põe desconhecidos em situações-limite Índice |
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