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Ex-"Friends" se isola em nova série
Courteney Cox fala à Folha sobre "Dirt", em que vive editora sem escrúpulos de revista de famosos
Produção que estréia hoje na
TV paga surgiu do assédio dos
paparazzi à atriz quando
engravidou; último episódio
tem beijo em Jennifer Aniston
CRISTINA FIBE
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais isolada do que nunca, a
atriz Courteney Cox Arquette,
43, volta à TV quase quatro
anos depois do fim da série
"Friends" com uma personagem de um amigo só, com ar de
vilã, e que passa por cima de
quem for para ter sucesso.
Lucy Spiller, protagonista de
"Dirt" (sujeira), que estréia hoje no People & Arts, às 22h, é a
editora de uma revista de celebridades que faz qualquer coisa
por um escândalo e cujo único
amigo é um paparazzo esquizofrênico.
"Quando estava grávida de
Coco [de 2003 a 2004], fui tremendamente assediada pelos
paparazzi, a ponto de me sentir
ameaçada, daí surgiu a idéia de
fazer uma série com esse tema", conta a atriz, em entrevista à Folha, por e-mail.
"Enquanto procurávamos
um autor, nos reunimos com
Matthew Carnahan, casado
com [a atriz] Helen Hunt. Eles
também já haviam passado por
experiências terríveis com paparazzi. Na ocasião, Matthew
vinha trabalhando em um personagem esquizofrênico inspirado em um software que simulava os efeitos da esquizofrenia. Ele então abraçou a
idéia e acrescentou a ela o que
viria a ser Don Konkey."
Interpretado por Ian Hart,
Konkey é o segundo grande
personagem da série. Fotógrafo freelancer para a "Dirt Now"
de Lucy, ele é o seu protegido.
Não por seus atributos como
melhor amigo, mas porque se
sacrifica pela "notícia" -é capaz de cortar um dedo, literalmente, por uma boa (leia-se escandalosa) foto de capa.
"Existem momentos em que
essa relação dos paparazzi com
as celebridades se torna realmente perigosa, com perseguições e abusos que já conhecemos. "Dirt" não tem o propósito de atacar nenhum dos dois lados -até porque existem celebridades que se beneficiam de
alguma forma desse tipo de
atenção- e sim de ser um programa que satisfaça o desejo
das pessoas por escândalos. E
elas adoram, incluindo os próprios paparazzi!", afirma Cox.
Cerco à casa
Para que a celebridade Cox
entendesse o outro lado do jogo, fez "até acordo com um dos
paparazzi que cercavam" a sua
casa: "Estava me exercitando,
sem a menor preocupação com
o meu visual, e ele insistia na
foto, então eu disse: "Olha, eu te
dou a foto desde que você me dê
o seu cartão e aceite se reunir
com os roteiristas da série'".
Desse tipo de encontro e de
histórias suas e de amigos famosos, a atriz e produtora-executiva da série tirou o "recorte
mais polêmico, apimentado e
extremo da relação entre celebridades e tablóides".
Mera coincidência
Assim foram criados episódios que se parecem com histórias reais, como o vídeo de sexo
que uma atriz mergulhada nas
drogas e esquecida joga na internet, tentando voltar à luz.
Daí para pior: por uma capa,
Lucy Spiller põe em risco a vida
de um atleta, precipita o suicídio de uma atriz grávida, infiltra fotógrafos em velórios e
hospitais.
Segundo Cox, "nenhum dos
episódios é a reprodução de algo que seja relacionado a alguma pessoa em particular. Pensamos em criar, a partir de referências reais, situações extremas, mas a cada dia víamos que
essas situações aconteciam".
Em tempo: é no último episódio desta temporada que
Jennifer Aniston, de "Friends",
dá um selinho em Courteney
Cox. Nada como saber criar
material para os tablóides.
DIRT
Quando: estréia hoje, às 22h
Onde: no People & Arts
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