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O CANDIDATO
Peter Fonda "vira' Henry
ADRIANE GRAU
em San Francisco
A família Fonda está para o
cinema americano assim como
os Kennedy estão para a política. O clã que inclui Peter, Jane,
Bridget e o patriarca Henry
acumula mais de 200 filmes,
nove indicações para o Oscar e
três estatuetas.
A indicação de Peter, 58, para
o Oscar de melhor ator por
"Ulee's Gold" coloca novamente os Fonda na pauta do
dia. Para completar, uma semana após a cerimônia chega
às lojas dos Estados Unidos a
autobiografia "Don't Tell Dad"
("Não Conte para o Papai").
Há duas semanas, o ator respondeu apressado à Folha sobre o que lhe deixava mais nervoso: a indicação para o Oscar
ou o desnudamento público no
livro que escreveu?
"O Oscar pode me abrir muitas portas", disse. "O livro mexe comigo e com minha família. Minha irmã vai ficar louca."
As memórias do ator de "Sem
Destino", no entanto, parecem
se concentrar mais em suas experiências pessoais que na revelação de segredos de família.
Fonda lembra os dias em que
tomou LSD junto com os Beatles e frequentou festas na casa
de Salvador Dalí. Revela ainda
como se sentiu no dia em que a
mãe cometeu suicídio.
"Mas fiz as pazes com meu
pai antes de ele morrer em
1981", afirmou em entrevista à
Folha no ano passado. "Meu livro não tem clima de "Mamãezinha Querida', até porque ele
não era ruim como a Joan
Crawford; era apenas um homem muito tímido que tinha
enormes dificuldades em se comunicar com os filhos."
Para Peter, seu personagem
que dá título a "Ulee's Gold"
carrega fortes lembranças do
pai. "Tanto Ulee quanto Henry
eram apicultores", diz ele. "Para mim foi mágico estar vestido
com aquela roupa cuidando de
abelhas como meu pai fazia."
Para interpretar o personagem que pode lhe dar o primeiro Oscar de sua carreira, Fonda
cortou o rabo de cavalo que batia na cintura. "Fiquei tão parecido com meu pai que até me
assusto", diz ele.
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