São Paulo, segunda, 16 de março de 1998

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Brasileiro vai mal na reestréia

da Reportagem Local

A reestréia no Brasil de "O Que É Isso, Companheiro?", que concorre ao Oscar de melhor filme estrangeiro, levou um público pequeno aos cinemas, diferentemente do que aconteceu com "O Quatrilho", que atingiu 1,1 milhão de espectadores após sua indicação ao prêmio em 96.
Nas três primeiras semanas em cartaz -em nove salas de oito capitais-, apenas cerca de 25 mil pessoas assistiram ao filme. "Esse resultado é apenas regular. Mas é até normal, pois trata-se de um relançamento", afirmou Rodrigo Saturnino Braga, gerente-geral da distribuidora Columbia.
Baseado no livro homônimo do deputado federal e colunista da Folha Fernando Gabeira (PV-RJ), o filme conta a história do sequestro do embaixador dos EUA no Brasil Charles Elbrick, em 1969.
"Companheiro" é um candidato forte ao Oscar, contando com um esquema de divulgação nos EUA, a cargo da distribuidora Miramax, orçado em US$ 1 milhão -o maior entre os cinco indicados.
Se vencer, "Companheiro" deve entrar em pelo menos 30 salas, na sexta-feira após a premiação, de acordo com a Columbia.
Segundo Braga, o filme foi visto por cerca de 290 mil pessoas quando estreou, em 97.
O produtor do filme, Luiz Carlos Barreto, criticou exibidores, especialmente os do Rio, pelo número reduzido de salas disponíveis para o filme. Esse seria um dos motivos para a falta de público.
Para o gerente-geral, há duas outras causas para o desempenho: o filme já está disponível em vídeo desde outubro de 97 e voltou a cartaz disputando espectadores com os concorrentes ao Oscar de melhor filme, como "Gênio Indomável" e "Titanic".
"Realmente pedimos mais casas para os exibidores. Se eu dissesse que estou satisfeito, estaria mentindo. Mas nós continuamos negociando com eles. O mercado está vivendo um momento muito bom, e grande parte do público está atrás de novidade."
Braga descartou a possibilidade de o filme ser vendido, em vídeo, em bancas de jornal a curto prazo. "Os jornais gostariam de sair com o vídeo no dia 22 em banca. Isso é impossível. Caso acontecesse, teríamos de devolver o dinheiro para as locadoras que compraram cópias", afirmou.
Ele não considera que o lançamento do filme em vídeo tenha sido um "erro estratégico". "Essa data foi decidida pelos produtores e pelo distribuidor. O vídeo é um mercado importante."



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