|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MARKETING
Nova empresa tentará repetir o modelo adotado pela Embrafilme
Consórcio nacional de
cinema cria
distribuidora
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
Uma distribuidora independente, formada por um consórcio de
produtores, exibidores e importadores, vai, a partir de maio, tentar
repetir no mercado cinematográfico brasileiro o modelo de distribuição e produção adotado pela
Embrafilme.
A associação está sendo organizada por Marco Aurélio Marcondes, 48, que, de 1975 a 1982 e depois
em 1986, foi o responsável pela estratégia de marketing, para a distribuição de filmes brasileiros, desenvolvida pela Embrafilme.
Essa empresa, estatal criada em
12 de setembro de 1969 por um decreto-lei da junta militar, tinha o
objetivo de financiar, controlar e
incentivar a produção e distribuição de filmes no país. Foi extinta
em 1990, quando o ex-presidente
Fernando Collor assumiu.
No consórcio, além de Marcondes, estão o produtor Luiz Carlos
Barreto, a Art Films e a importadora Top Tape. Segundo Marcondes,
ainda há negociações com as produtoras Morena Filmes, Conspiração Filmes e Aníbal Massaíni, e
com exibidores de São Paulo.
Apesar de Marcondes pretender
ter pelo menos 40% de produção
nacional em sua carteira de filmes,
a distribuidora vai iniciar seus trabalhos com produtos internacionais. Já foram adquiridos pela empresa 20 filmes, entre eles, "The
Last Days", de Steven Spielberg.
"A intenção é com o tempo reconquistar para o cinema nacional
o mercado que tínhamos na época
da Embrafilme. Em determinado
momento os filmes brasileiros
chegaram a ocupar cerca de 35%
das salas de cinema do país."
Para isso voltar a acontecer, Marcondes entende que é necessário
garantir uma estrutura de distribuição ao lado de uma produção
em série de filmes nacionais. "De
1976 a 1986 houve uma oferta regular e sistemática de filmes nacionais, entre 25 a 30 por ano."
A nova empresa terá recursos exclusivamente privados - capital
de giro de cerca US$ 3 milhões por
ano e investimentos anuais de cerca de US$ 4 milhões na compra internacional. Com dinheiro privado, a empresa deve fugir de críticas
que a estatal recebeu durante sua
existência, quando era acusada de
não ter um sistema transparente
de distribuição de verbas.
Texto Anterior: Indicados a filme concorrem ao prêmio de trilha sonora Próximo Texto: Recife reúne 82 filmes brasileiros Índice
|