São Paulo, Terça-feira, 16 de Março de 1999
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MARKETING
Nova empresa tentará repetir o modelo adotado pela Embrafilme
Consórcio nacional de cinema cria distribuidora

ANNA LEE
da Sucursal do Rio

Uma distribuidora independente, formada por um consórcio de produtores, exibidores e importadores, vai, a partir de maio, tentar repetir no mercado cinematográfico brasileiro o modelo de distribuição e produção adotado pela Embrafilme.
A associação está sendo organizada por Marco Aurélio Marcondes, 48, que, de 1975 a 1982 e depois em 1986, foi o responsável pela estratégia de marketing, para a distribuição de filmes brasileiros, desenvolvida pela Embrafilme.
Essa empresa, estatal criada em 12 de setembro de 1969 por um decreto-lei da junta militar, tinha o objetivo de financiar, controlar e incentivar a produção e distribuição de filmes no país. Foi extinta em 1990, quando o ex-presidente Fernando Collor assumiu.
No consórcio, além de Marcondes, estão o produtor Luiz Carlos Barreto, a Art Films e a importadora Top Tape. Segundo Marcondes, ainda há negociações com as produtoras Morena Filmes, Conspiração Filmes e Aníbal Massaíni, e com exibidores de São Paulo.
Apesar de Marcondes pretender ter pelo menos 40% de produção nacional em sua carteira de filmes, a distribuidora vai iniciar seus trabalhos com produtos internacionais. Já foram adquiridos pela empresa 20 filmes, entre eles, "The Last Days", de Steven Spielberg.
"A intenção é com o tempo reconquistar para o cinema nacional o mercado que tínhamos na época da Embrafilme. Em determinado momento os filmes brasileiros chegaram a ocupar cerca de 35% das salas de cinema do país."
Para isso voltar a acontecer, Marcondes entende que é necessário garantir uma estrutura de distribuição ao lado de uma produção em série de filmes nacionais. "De 1976 a 1986 houve uma oferta regular e sistemática de filmes nacionais, entre 25 a 30 por ano."
A nova empresa terá recursos exclusivamente privados - capital de giro de cerca US$ 3 milhões por ano e investimentos anuais de cerca de US$ 4 milhões na compra internacional. Com dinheiro privado, a empresa deve fugir de críticas que a estatal recebeu durante sua existência, quando era acusada de não ter um sistema transparente de distribuição de verbas.


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