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MÚSICA
Banda dá mostras de seu "punk emocional" em "On a Wire"
Emo surge dos anos 70 em novo Get Up Kids
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Dizem que nomes como Fugazi,
Husker Dü e outros pioneiros do
hardcore melódico dos EUA é
que deram o pontapé inicial para
o surgimento do estilo "emocore". Mas, para os Get Up Kids,
atuais queridinhos do selo "emo"
Vagrant, a influência está ainda
mais na raiz: vem de berço.
"Crescemos ouvindo os discos
que nossos pais tinham em casa,
Beatles, Beach Boys, Led Zeppelin, Rolling Stones...", afirmou em
entrevista à Folha o baterista
Ryan Pope, 23, em relação a "On a
Wire", terceiro álbum da banda,
lançado no Brasil pela Sum. No
lugar do tradicional punk rock
com letras sensíveis -daí o
"emo"- de "Something to Write
Home About", primeiro e bem
sucedido disco do grupo pela Vagrant, entra o rock'n'roll setentista de teclados e distorções... com
letras sensíveis.
"Fomos a primeira banda do selo a ter sorte no mercado e chegamos a um ponto em que tínhamos de nos desafiar, o que só conseguiríamos tocando diferentes
estilos de música", defendeu Pope, já acostumado com as críticas
negativas que recebeu desde o
lançamento de "On a Wire" nos
EUA, em maio passado.
De tão atrasado no Brasil, o disco quase sai por aqui ao mesmo
tempo em que os Get Up Kids entram em estúdio para gravar uma
nova bolacha: "Temos nosso próprio estúdio agora. Podemos sair
dos porões, garagens, Deus, até
das escadas em que ensaiávamos
no volume mais alto que não incomodasse ninguém em casa",
lembra Pope, cujo irmão Robert é
também o baixista da banda.
Mais do que a tranquilidade de
agenda, o novo Get Up Kids, "menos meloso", não conta desta vez
com a ajuda do produtor Scott
Litt (REM, Incubus etc.). "On a
Wire" foi bom para aprendermos.
É um bom ponto de partida para
seguirmos em frente."
É punk? É emo? "Acho que seria
mais fácil dizer que somos quase
uma banda punk, ainda que não
daquele tipo violento, "chuga-chuga", sem melodia. E emocional
todo mundo é. Somos uma banda
que faz um tipo de rock "diversificado". Ao menos é assim que eu
gostaria que fosse", teoriza Pope.
A explicação toda é para tentar
demarcar seu lugar ao sol em uma
nova explosão de bandas "emo"
que inclui Jimmy Eat World, Saves the Day e Dashboard Confessionals, que recentemente estamparam a capa da revista especializada "Spin", como a "next big
thing" de 2003. Um tanto atrasada, diga-se de passagem.
A popularidade dos Get Up
Kids, que, do alto de seus 20 e
poucos anos, já seguraram turnês
com Weezer e Green Day, é tanta
que os garotos da cidadezinha de
Olathe viraram também as estrelas de um divertido jogo na internet (www.emogame.com).
"Não joguei ainda, mas assisti à
introdução [em que a banda é sequestrada pelo popstar-vilão Steven Tyler, do Aerosmith] e tenho de dizer que achei hilário. Acho
que o cara que criou o jogo deveria ter muito tempo livre em
mãos", diz Pope.
Tempo este que, se depender do
baterista, poderá ser usado para
uma vinda da banda ao país no
futuro. "Eu queria muito. Na verdade eu tive uma namorada do
Rio de Janeiro. Nos conhecemos
em Nova York e ela me disse muitas, muitas coisas legais do Brasil.
Já houve uma proposta há tempos. Vamos tentar arrumar algo
para o ano que vem", completa.
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