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São Paulo, quarta-feira, 16 de abril de 2003

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MÚSICA

Junkie XL conta como criou o remix de "A Little Less Conversation"

Holandês desembarca com Elvis na bagagem

Divulgação - 6.out.2001 - Reuters
Fãs assistem a show de Elvis em telão em Memphis, nos EUA; à esq., o produtor Junkie XL


THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Daqui a dez dias, Elvis estará na cidade. Será ouvido por meio dos laptops e vinis do holandês Junkie XL, um dos principais nomes do Outdoor Stage do festival Skol Beats, que acontece no próximo dia 26, em São Paulo.
O produtor Junkie XL (ou Tom Holkenberg) foi o responsável pela volta de Elvis Presley (1935-77) ao número um da parada britânica no ano passado com um remix de uma obscura canção, "A Little Less Conversation".
A música foi ouvida em rádios, MTV, comerciais de marcas esportivas, trilhas de filme ("Onze Homens e Um Segredo")... "Vou tocá-la em São Paulo, claro!", afirmou à Folha, por telefone, da Alemanha, o DJ e produtor.
A nova versão de "A Little Less Conversation" começou a ser gerida há cerca de dois anos, quando Junkie XL foi convidado pela Nike para fazer a trilha de um comercial estrelado por jogadores como Roberto Carlos e Figo.
"Nós escolhemos a música juntos. Tínhamos umas quatro opções, e a música do Elvis acabou sendo a escolhida", conta. "Quando terminei o remix que seria incluído no comercial, uma gravadora americana entrou em contato comigo dizendo que queria lançar a música comercialmente, como um single. Foi ali que ela se transformou nesse sucesso."
A versão de "A Little Less Conversation" cometida por Junkie XL carrega consigo pelo menos duas curiosidades: fez com que Elvis se tornasse o artista a ter colocado o maior número de músicas no topo da parada britânica (ultrapassando os Beatles, 18 a 17) e é o primeiro remix que teve autorização oficial da empresa que administra o espólio do cantor norte-americano.
"Quando discutíamos o projeto, não pensei que dali surgiria coisa tão grande. Mas quando obtivemos a autorização oficial para fazer o remix de Elvis, aí sim, eu soube que seria um hit, pois era uma coisa inédita."
O produtor holandês explica a escolha da música: "Se você quer fazer um remix de alguém como Elvis, que não é um artista comum, você deve escolher alguma música obscura, que não seja muito conhecida. Eu nunca faria um remix de "Love me Tender" ou "Jailhouse Rock", por exemplo". E diz que não fará nada igual: "Essa versão pegou todo mundo de surpresa, foi uma coisa especial, então realmente não sei se um outro remix do Elvis faria tanto sucesso. Eu, pelo menos, não farei outro desse".

Sepultura
Junkie XL tocará apenas músicas suas durante sua apresentação de uma hora no Skol Beats. Eles diz que devem aparecer coisas de seus dois discos já lançados ("Saturday Teenage Kick", de 97, e "Big Sounds of the Drags", de 99) e do disco duplo que chegará às lojas em junho, "Radio JXL - A Broadcast From The Computer Hell Cabin", e que tem participações de Robert Smith (The Cure), David Gahan (Depeche Mode), Chuck D (Public Enemy), Gary Numan, Solomon Burke...
"É um disco conceitual. O primeiro CD tem um lado "dia", é mais pop; o segundo é o "noite", mais dance, tecno."
Para sua primeira apresentação no Brasil, Junkie XL diz que ainda não sabe que tipo de música irá tocar. "Depende muito da recepção do público. Posso fazer um set inteiro de dance, ou colocar alguns rocks no meio. Gosto de levar muitos discos variados. Se o público gostar do que estou tocando, legal. Se não, mudo."
O ecletismo é uma marca em toda a carreira do holandês. No começo dos anos 90, Junkie XL produziu músicas da banda metal Fear Factory e trabalhou com o mineiro Max Cavalera, do Sepultura. "Chamei Max para tocar em algumas faixas de meu segundo disco. Depois, fizemos juntos um remix de "Umbabarauma"."


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