São Paulo, quarta, 16 de abril de 1997.

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Contracorrente prega a paz

especial para a Folha

Em meio ao auge platinado do gangsta, surgiu no ano passado uma prova de que não era preciso falar de balas e vagabundas para estourar na América: o estouro do trio Fugees.
Os Fugees emplacaram em 96 várias músicas de seu segundo disco, "The Score", como "Killing Me Softly" e "Ready or Not". A origem de seus membros é mista: a vocalista Lauryn veio de uma família de classe média, enquanto os músicos Wyclef e Pras descendem de pais que fugiram do Haiti para uma vida melhor nos EUA. Isso ajuda a explicar a abordagem "há uma luz no fim do túnel", pacifista, positiva, pró-conscientização e politicamente correta da banda.
O rap já foi palco de várias tentativas pacifistas, remando contra a corrente gangsta, exemplos de De La Soul, Arrested Development, P.M. Dawn e Digable Planets.
A diferença dos Fugees é que eles venderam muito, muito mais do que os grupos citados. Além disso, são respeitados e endossados pelo hardcore rap, considerados parte autêntica da comunidade hip hop.
Grupos como Digable Planets ou Arrested Development sempre foram vistos como universitários "de fora", com o selo de autenticidade do gueto.
Correndo por fora e indo bem nas vendas também estão o Roots e os veteranos do A Tribe Called Quest.
Resta ver se serão só uma exceção que confirma a regra ou responsáveis por um exemplo a ser seguido por muitos. (CR)

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