|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CINEMA
O filme ``Volcano'' traz novo tipo de catástrofe à cidade, assolada na vida real por terremotos e incêndios
Los Angeles agora é ameaçada por vulcão
ADRIANE GRAU
em Los Angeles
Depois de tantos terremotos, incêndios e deslizamentos de terra,
chegou a vez de um vulcão tentar
destruir a cidade de Los Angeles. O
filme "Volcano", que tem no
elenco Tommy Lee Jones e Anne
Heche, chega aos cinemas dos Estados Unidos esta semana.
Segundo o diretor Mick Jackson,
a idéia não é fazer um filme em que
todos acreditem, e sim mostrar algo diferente.
"Nada é impossível", diz ele.
"Mas é improvável que apareça
um vulcão em Los Angeles. No entanto, a cidade faz parte do círculo
de fogo do Pacífico, onde há vários
vulcões", completa o diretor.
Mesmo sendo uma possibilidade
remota, porém, ele quis dar um
tratamento realista ao desastre.
Foi assim que conseguiu autorização para filmar no Emergency
Operations Center (leia texto ao lado) e no Beverly Center e no hospital Cedars-Sinai, marcos da cidade.
O ator Tommy Lee Jones conta
que recebeu ordens expressas de
criar Mike Roark, o gerente do
EOC, como um homem comum.
"É o que me atraiu no personagem", diz ele. "Ele tem uma filha
adolescente rebelde, um divórcio
agressivo, uma casa bagunçada,
um cachorro feio e roupas monótonas e é tão feliz quanto qualquer
outra pessoa", afirma Lee Jones,
Oscar de melhor ator coadjuvante
por "O Fugitivo".
O ator Don Cheadle, que interpreta Emmit Reese, o assistente de
Tommy Lee Jones no filme, conta
que ficou frustrado por passar a
maior parte das cenas dentro do
escritório. "Se eu fizer outro filme
de ação, quero participar da correria", diz ele.
O desafio de ter que atuar na
frente de uma tela azul e não de um
cenário real, comum em filmes do
gênero, não aconteceu em "Volcano".
"Havia fogo e prédios explodindo, então os atores tinham um estímulo ao qual reagir", revela o diretor. "O mais difícil é lembrar do
que já foi filmado e garantir que o
atores tenham feito todas as cenas.
Pois detalhes podem ser adicionados por computação, mas não há
como mudar a interpretação",
conta ele.
Tommy Lee Jones concorda.
"Eu não coloquei minha vida em
risco, mas alguns dias eram mais
perigosos que outros", diz ele.
"Sempre que há 500 pessoas dentro de um estúdio em chamas é perigoso, mas estamos lidando mais
com a ilusão que com riscos verdadeiros.''
Segundo ele, se preparar para as
40 noites de filmagens foi um desafio como o de qualquer outro personagem.
"No final, fiquei muito orgulhoso da equipe de efeitos especiais e
dos atores, que esqueceram de
seus egos e resolveram os problemas que surgiram." Ele conta ainda que dispensou o dublê e faz a
maioria das cenas. "Sou sempre
eu na tela", diz Lee Jones.
A atriz Anne Heche, que interpreta a geóloga Amy Barnes, também teve cenas perigosas, como
quando um guindaste a carrega
sobre lava fervente.
A "química" entre ela e Tommy
Lee Jones sempre fica perto de
acontecer, mas nunca se consuma.
"Não quis colocar romance no filme, pois acho que já há ação suficiente", afirma o diretor.
Segundo Tommy Lee Jones, desastres não o assustam. Ele não
mora em Los Angeles, e o último
terremoto que presenciou foi há 18
anos. A situação mais próxima de
perigo que viveu foi ajudar a extinguir o incêndio que quase destruiu
seu rancho no Texas há dez anos.
"Eu e os outros caubóis fizemos o
que tínhamos que fazer", diz ele.
"Destruímos o fogo."
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|