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NETVOX
Afogando em dados
MARIA ERCILIA
do Universo Online
"Data Smog" (poluição de
dados) é um manual para lidar com o excesso de informação. O livro, recém-lançado
nos EUA, é sintomático de um
mal que apenas começa a nos
afligir. David Shenk, seu autor,
acredita que a informação em
quantidades exageradas
ameaça a capacidade de educação e deixa os indivíduos
mais vulneráveis ao consumo.
Shenk propõe regras práticas
para combater o mal. Aconselha que as pessoas limitem o
envio de mensagens de correio
eletrônico, por exemplo. Segundo ele, é tão fácil enviar
e-mails que as pessoas abusam, passando adiante para
uma lista enorme de amigos
todo tipo de historinhas, piadas, correntes etc.
Essa é uma síndrome comum. O correio eletrônico começa como uma novidade deliciosa. Em pouco tempo passa
a tomar uma parte enorme da
sua vida. Você assina umas
três ou quatro listas, troca
mensagens regulares com amigos e colegas de trabalho, talvez receba uns dois ou três serviços noticiosos.
Pronto, duas ou três horas do
seu dia, e você nem respondeu
a tudo. Em princípio, o correio
eletrônico fez você ganhar
tempo, evitando telefones ocupados e o fax, menos prático.
Agora o volume do seu mail
ameaça destruir a vantagem.
Algumas pessoas nunca chegam a esse ponto. Como tudo,
a comunicação pode virar um
vício -ou não.
Alguns desenvolvem soluções
para lidar com o problema.
Um amigo restringiu o envio e
recebimento de mensagens a
determinada hora do dia.
Outros simplesmente deixam
as mensagens se acumularem,
como aquela pilha de jornais e
revistas e textos variados que
você deixa para ler mais tarde.
Depois de algum tempo, apagam o que afinal não era muito importante. Não é exatamente uma solução, mas tira o
problema da frente deles...
Shenk aconselha evitar o
consumo excessivo de "pílulas" de informação: cotações
da Bolsa que chegam de dez
em dez minutos, resultados esportivos, atualizações de notícias etc. Seu remédio é o óbvio:
fechar os olhos e os ouvidos para esses miniassaltos informativos e procurar ler artigos
mais longos e analíticos, que
forneçam mais contexto.
Ele sugere usar máquinas
mais simples para escrever, por
exemplo. Processadores de texto que não interrompam o fluxo do pensamento com imagens, barulhos e avisos de chegada de mensagens.
Não seria mais simples, porém, desligar a conexão e usar
um editor de texto do que comprar mais uma máquina?
Shenk chega a mencionar o
modelo e a marca do computador que considera ideal para se
isolar do mundo -cheira a
merchandising. Chega a ser
patético que, ao propor uma
"volta à simplicidade" (suas
palavras), ele precise recorrer a
uma marca específica e um novíssimo modelo de máquina.
Imagine se ia sugerir, por
exemplo, reciclar computadores velhos. Afinal, "downteching" (palavra que ele usa)
pode ser um nicho de mercado.
Empurrão
A corrida pela tecnologia do
empurrão continua. A Netscape lança uma tecnologia própria, Netcaster. Anunciou ontem parcerias com mais de 20
empresas, entre elas CNN, Time Warner e Wired. Tanta é a
onda que Kim Polese figura na
nova lista da "Time", das 25
pessoas mais influentes dos
EUA. Polese, que participou da
equipe de desenvolvimento do
Java, fundou no ano passado
uma companhia chamada
Marimba, que produz software
para enviar conteúdo por meio
de canais na Internet.
Só que a Marimba é uma empresa pequena, que nem conseguiu um número de usuários
importante. Polese está sendo
meio empurrada...
Como você lida com o excesso de informação? Mande sua mensagem para
netvox@uol.com.br
Jogo realiza
fantasias
assassinas
secretas
No jogo de
Shockwave
Slugfest
(www.slugfest.com), você
pode realizar
suas fantasias
assassinas
secretas. Bill
Gates, Madonna
e David
Letterman são
alguns dos
famosos que
podem ser
escolhidos para
adversários
ENGOLIU
Bob Metcalfe, inventor da tecnologia Ethernet e fundador da 3Com, foi protagonista de uma cena engraçada na Sexta Conferência de Web (em Santa Clara, Estado da Califórnia), na semana passada. Metcalfe havia prometido, em dezembro de 95, comer suas palavras se a Internet não entrasse em breve em colapso. A rede continua de pé, e Metcalfe, diante de centenas de pessoas, bateu no liquidificador uma cópia de seu artigo sobre o assunto e um líquido não-identificado, que tomou com uma colher.
GUERRA DOS BRINQUEDOS
Eles estavam por trás do ato de
terrorismo que inverteu a voz de
centenas de bonecas Barbie e G.I.
Joe em 93. Patrocinaram o programador Jacques Servin, que foi demitido por enfiar dois personagens masculinos se beijando no jogo SimCopter (foto), no ano passado.
Artmark é o nome do grupo que
afirma ter pago US$ 10 mil a Igor
Vamos para trocar a voz da Barbie
e US$ 5 mil a Servin. Acaba de divulgar um e-mail para candidatos
a terroristas (ArtMark@hotmail.com). Mas, claro, tudo pode
ser apenas uma piada.
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