São Paulo, Sexta-feira, 16 de Abril de 1999
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MUNDO GOURMET
Comida esmerada no Infinito

JOSIMAR MELO
Colunista da Folha

Em sua trajetória bastante errática, mudando sistematicamente de nomes, de estilos, de donos e de cozinheiros, o restaurante do World Trade Center tem mantido ao menos uma constância: o de servir comida de bom nível.
Já se chamou Companhia das Índias, quando inaugurado no fim de 1995, e já teve comida francesa; hoje, depois de outros nomes, se chama Infinito; é administrado pelo hotel Meliá, que fica no prédio ao lado (e ligado ao do WTC); e tem a cozinha italiana do chef Paolo Buzzi.
Como desde o início o restaurante continua sofrendo de um certo isolamento e da indefinição que o marcou desde sempre (ser aberto apenas para os membros do Business Club do WTC, onde fica, ou a todo o público?), os administradores do hotel decidem que ele é aberto ao público, que no entanto não sabe disso.
Mas seria bom que soubesse. Primeiro porque no almoço, pelo qual se paga R$ 32 (entrada, prato principal e sobremesa), embora não seja nada barato, representa uma ótima relação custo/benefício: come-se com todo conforto na sala ampla e bonita, com mesas distantes (adequadas para almoços de negócios), onde capricho e boa apresentação. À noite os preços tampouco são excessivos.
No Brasil desde 97, quando trabalhou no Fasano, o chef Buzzi, 32, faz uma cozinha italiana esmerada, mais identificada com o norte do país. Não foge à tentação dos ingredientes de apelo mais fácil (foie gras francês, mesmo em dias de calor), mas os utiliza bem.
Com um correto serviço de vinhos, pode-se pedir pratos que mudam diariamente no menu, como risoto ao pesto de rúcula e vieira, filé de linguado com molho de ervilha e camarões, perdiz recheada ao mascarpone com ravióli de ricota, além do inevitável tiramisu.


Quanto:$$$ >Avaliação:


Restaurante: Infinito Onde: av. Nações Unidas, 12.551 (Brooklin), tels. 011/3043-7130 e 3043-7171 Quando: seg a sex, 12h/15h e 19h/23h; sáb, 20h/0h Ambiente: refinado, de grande conforto
Serviço: competente
Cozinha: italiana com toques modernos
Cartão: todos
Quanto: entradas, R$ 10 a R$ 12; pratos principais, R$ 15 a R$ 18; sobremesas, R$ 8



Cotação: $ (até R$ 22); $$ (R$ 22,01 a R$ 42); $$$ (de R$ 42,01 a R$ 62); $$$$ (acima de R$ 62)

Jerimum
Em viagem pela Itália, acompanho a final do concurso de receitas com arroz promovido pelo Icif (a escola italiana de cozinha para estrangeiros), na cidade de Asti, no Piemonte. Ao prêmio, cuja proclamação ocorreria na noite de ontem, concorre o brasileiro José Eugênio de Jesus, do Vecchio Punto de São Paulo, com um arroz-de-abóbora e carne-seca. No júri, personalidades como o chef Sergio Lorenzi, de Pisa, conhecido dos brasileiros pelos festivais que realiza ocasionalmente no Massimo.

Giro Gourmet
À espera da final, um passeio gastronômico por Turim. Aviso aos viajantes: para comer (caro) em clima de história, são imperdíveis os restaurantes La Smarrita (num antigo palácio do século 17) e del Cambio (de 1757, onde o conde de Cavour fazia ponto). A típica gianduia de Turim, feita artesanalmente de chocolate e avelã, ainda pode ser comprada na doceira A. Giordano ou no café Baratti & Milano. O popular bicerin (café com leite e chocolate), no café Torino ou no San Carlo; e um belo sorvete italiano, na Pepino, na praça Carignano.


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