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São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2003

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MÚSICA/LANÇAMENTOS

Produção da banda de 64 a 69 chega em 22 títulos

Aos 41 anos, Stones são reapresentados ao Brasil

Divulgação
Brian Jones, Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts


THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

Esqueça esse Rolling Stones, 41. Com o empurrão de 22 discos, a vez agora é daquela banda que fazia os pais temerem por suas filhas adolescentes e cantava sobre a (in)satisfação com o que ouvia nas rádios e TVs.
Repetindo o ocorrido nos EUA no final do ano passado, a gravadora Universal relança todo o seu catálogo da banda britânica, de 1964 (da estréia "The Rolling Stones - England's Newest Hit Makers") a 1969 (com o fundamental "Let It Bleed"). No meio disso, coletâneas de estúdio e discos ao vivo (leia quadro abaixo).
É verdade que os Stones ainda se mostrariam essenciais para o rock além desse período, quando estavam sob contrato com a Virgin. Produziriam álbuns como "Sticky Fingers" (71), "Exile on Main St." (72), "Some Girls" (78) e canções não menos obrigatórias ("Waiting on a Friend", "Sister Morphine", "Rocks Off"), mas foram os anos 60 que viram Mick Jagger, Keith Richards e cia. consistentemente em forma.
Em apenas cinco anos (64-69), os Stones perpetraram obras-primas a partir de blues, blues-rock, rock, hard rock, psicodelismo, pop rock. Não tentavam incessantemente ultrapassar limites e reinventar sua música, como os Beatles, mas tampouco se conservavam unidimensionais, termo usado com frequência quando se comparam as duas bandas.
No disco de estréia e no seguinte, "12 x 5", é latente a influência de Chuck Berry, Buddy Holly e do blues de Muddy Waters, paixão dos colegas de escola Jagger e Richards (o primeiro grupo de Jagger chamava Little Boy Blue and the Blue Boys).
Naquela ano (64) os Stones já eram enormes no Reino Unido. Em 65, a banda ganhou também os EUA. Os discos "Now!", "Out of Our Heads" e "December's Children" reuniram turbinados covers com as primeiras grandes criações de Jagger/Richards ("Satisfaction", "Heart of Stone", "I'm Free", "Get Off of My Cloud".)
O sucesso dos Stones nas paradas era proporcional aos escândalos que acompanhavam o grupo. Jagger, o baixista Bill Wyman e o guitarrista Brian Jones chegaram a ser presos em Londres por urinarem num posto de gasolina.
Em 66, "competindo" com "Revolver" (Beatles) e "Pet Sounds" (Beach Boys), veio "Aftermath". A versão americana do disco contém "Paint It, Black" e "Under My Thumb". A britânica, "Mother's Little Help". A "era de ouro" do grupo continua em 67 com o rocker "Between the Buttons" e "Their Satanic Majesties Request" -este o menos "stones" dos álbuns do grupo, psicodélico e tachado de "pretensioso".
Os valiosíssimos "Beggars Banquet" (68) e "Let It Bleed" (69) -este o primeiro sem Brian Jones, que havia largado o grupo e morrera meses antes- fecham a pacoteira dos álbuns.
Não menos valiosas são duas coletâneas e um ao vivo que também ganham reedição. "Hot Rocks", que se divide em dois CDs duplos, "Singles Collection" (triplo) e "Get Yer Ya-Ya's Out!" servem bem como sínteses desses -ou daqueles- Rolling Stones.


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