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MÚSICA/LANÇAMENTOS
Produção da banda de 64 a 69 chega em 22 títulos
Aos 41 anos, Stones são reapresentados ao Brasil
Divulgação
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Brian Jones, Mick Jagger, Keith Richards e Charlie Watts |
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Esqueça esse Rolling Stones,
41. Com o empurrão de 22
discos, a vez agora é daquela banda que fazia os pais temerem por
suas filhas adolescentes e cantava
sobre a (in)satisfação com o que
ouvia nas rádios e TVs.
Repetindo o ocorrido nos EUA
no final do ano passado, a gravadora Universal relança todo o seu
catálogo da banda britânica, de
1964 (da estréia "The Rolling Stones - England's Newest Hit Makers") a 1969 (com o fundamental "Let It Bleed"). No meio disso, coletâneas de estúdio e discos ao vivo (leia quadro abaixo).
É verdade que os Stones ainda
se mostrariam essenciais para o
rock além desse período, quando
estavam sob contrato com a Virgin. Produziriam álbuns como
"Sticky Fingers" (71), "Exile on
Main St." (72), "Some Girls" (78)
e canções não menos obrigatórias
("Waiting on a Friend", "Sister
Morphine", "Rocks Off"), mas foram os anos 60 que viram Mick
Jagger, Keith Richards e cia. consistentemente em forma.
Em apenas cinco anos (64-69),
os Stones perpetraram obras-primas a partir de blues, blues-rock,
rock, hard rock, psicodelismo,
pop rock. Não tentavam incessantemente ultrapassar limites e
reinventar sua música, como os
Beatles, mas tampouco se conservavam unidimensionais, termo
usado com frequência quando se
comparam as duas bandas.
No disco de estréia e no seguinte, "12 x 5", é latente a influência
de Chuck Berry, Buddy Holly e do
blues de Muddy Waters, paixão
dos colegas de escola Jagger e Richards (o primeiro grupo de Jagger chamava Little Boy Blue and
the Blue Boys).
Naquela ano (64) os Stones já
eram enormes no Reino Unido.
Em 65, a banda ganhou também
os EUA. Os discos "Now!", "Out
of Our Heads" e "December's
Children" reuniram turbinados
covers com as primeiras grandes
criações de Jagger/Richards ("Satisfaction", "Heart of Stone", "I'm
Free", "Get Off of My Cloud".)
O sucesso dos Stones nas paradas era proporcional aos escândalos que acompanhavam o grupo.
Jagger, o baixista Bill Wyman e o
guitarrista Brian Jones chegaram
a ser presos em Londres por urinarem num posto de gasolina.
Em 66, "competindo" com "Revolver" (Beatles) e "Pet Sounds"
(Beach Boys), veio "Aftermath".
A versão americana do disco contém "Paint It, Black" e "Under My
Thumb". A britânica, "Mother's
Little Help". A "era de ouro" do
grupo continua em 67 com o rocker "Between the Buttons" e
"Their Satanic Majesties Request"
-este o menos "stones" dos álbuns do grupo, psicodélico e tachado de "pretensioso".
Os valiosíssimos "Beggars Banquet" (68) e "Let It Bleed" (69)
-este o primeiro sem Brian Jones, que havia largado o grupo e
morrera meses antes- fecham a
pacoteira dos álbuns.
Não menos valiosas são duas
coletâneas e um ao vivo que também ganham reedição. "Hot
Rocks", que se divide em dois
CDs duplos, "Singles Collection"
(triplo) e "Get Yer Ya-Ya's Out!"
servem bem como sínteses desses
-ou daqueles- Rolling Stones.
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