São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CONEXÃO POP

Quem é Sally Shapiro?



Cantora sueca esconde identidade, não se apresenta ao vivo e produz dois discos recompensadores THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL


S ALLY SHAPIRO é responsável por dois dos mais recompensadores discos produzidos nos últimos dois anos. Mas muita gente duvida de que Sally Shapiro exista.

Ninguém sabe a identidade de Sally Shapiro. Sabe-se, ao ouvir os discos, que ela é mulher. Sabe-se que é sueca. E sabe-se que suas canções são produzidas por um amigo, o também sueco Johan Agebjörn. Shapiro não se apresenta ao vivo (apenas como DJ). As poucas entrevistas são concedidas somente por e-mail ou telefone. O mistério, claro, alimenta o imaginário em torno dessa cantora que lançou o ótimo "Disco Romance" em 2006. Johan Agebjörn compõe todas as letras e músicas de Sally Shapiro. Em entrevista recente, ela diz que, no máximo, dá alguns palpites sobre os assuntos que gostaria que fossem abordado nas canções. "Normalmente, tem relação com o amor." Agebjörn e Shapiro se conheceram num escritório, em 2001. Passaram a compor juntos em 2004, e daí surgiu o projeto -bem, pelo menos essa é a versão deles. "Disco Romance" traz música pop esculpida por gente que cresceu ouvindo disco music e house. É recheado de canções que tratam a melodia com um apuro cirúrgico. Com essas referências, entende-se a chegada de um parente próximo.   Em abril, "Disco Romance" ganhou um primo com o lançamento (no exterior) de "Remix Romance Vol. 1", que saiu pelo selo Paper Bag Records. O álbum traz canções de "Disco Romance" remixadas por gente como Juan MacLean, Cansecos, Holy Fuck, Junior Boys, Lindstrom e Jon Brooks, entre outros. O synth-pop de "Disco Romance" é reprocessado, transformado em texturas dançantes que vão da house clássica ao space disco, do tecno ao electro nova-iorquino. Um dos destaques do álbum é a versão do americano Juan MacLean (da turma DFA) para "I Know You Are My Love". Ele joga uma linha de synth rápida, alguns efeitos que transformam a faixa numa viagem eletrônica sinuosa. O ótimo grupo canadense Holy Fuck consegue melhorar a já quase perfeita "Find My Soul", por meio de batidas e linhas etéreas. Já o norueguês Lindstrom colocou as mãos em "Time to Let Go". Lindstrom produz uma atmosfera hipnótica ao criar uma dinâmica que vai crescendo com a entrada de elementos distintos.   E, já que o assunto é mistério, o produtor inglês de drum'n'bass Burial lançará CD mixado pelo selo DJ Kicks. Poucos se sabe sobre Burial. No final do ano passado, lançou o impressionante "Untrue", em que a partir do dubstep ele compõe uma paisagem que inclui trip hop, rap e rock. Segundo a gravadora !K7, a compilação de Burial trará tudo isso, em faixas dele e de outros músicos. O disco sai na Inglaterra no final de junho. thiago folhasp.com.br















Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Música: Bluesman inglês, Mayall faz dois shows em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.