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CONEXÃO POP
Quem é Sally Shapiro?
Cantora sueca esconde identidade, não se apresenta ao vivo e produz dois
discos recompensadores
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
S
ALLY SHAPIRO é responsável
por dois dos mais recompensadores discos produzidos nos
últimos dois anos. Mas muita gente
duvida de que Sally Shapiro exista.
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Ninguém sabe a identidade de
Sally Shapiro. Sabe-se, ao ouvir os
discos, que ela é mulher. Sabe-se que
é sueca. E sabe-se que suas canções
são produzidas por um amigo, o
também sueco Johan Agebjörn.
Shapiro não se apresenta ao vivo
(apenas como DJ). As poucas entrevistas são concedidas somente por
e-mail ou telefone. O mistério, claro,
alimenta o imaginário em torno dessa cantora que lançou o ótimo "Disco Romance" em 2006.
Johan Agebjörn compõe todas as
letras e músicas de Sally Shapiro.
Em entrevista recente, ela diz que,
no máximo, dá alguns palpites sobre
os assuntos que gostaria que fossem
abordado nas canções. "Normalmente, tem relação com o amor."
Agebjörn e Shapiro se conheceram num escritório, em 2001. Passaram a compor juntos em 2004, e daí
surgiu o projeto -bem, pelo menos
essa é a versão deles.
"Disco Romance" traz música pop
esculpida por gente que cresceu ouvindo disco music e house. É recheado de canções que tratam a melodia
com um apuro cirúrgico. Com essas
referências, entende-se a chegada
de um parente próximo.
Em abril, "Disco Romance" ganhou
um primo com o lançamento (no exterior) de "Remix Romance Vol. 1",
que saiu pelo selo Paper Bag Records. O álbum traz canções de "Disco Romance" remixadas por gente
como Juan MacLean, Cansecos,
Holy Fuck, Junior Boys, Lindstrom
e Jon Brooks, entre outros.
O synth-pop de "Disco Romance"
é reprocessado, transformado em
texturas dançantes que vão da house clássica ao space disco, do tecno
ao electro nova-iorquino.
Um dos destaques do álbum é a
versão do americano Juan MacLean
(da turma DFA) para "I Know You
Are My Love". Ele joga uma linha de
synth rápida, alguns efeitos que
transformam a faixa numa viagem
eletrônica sinuosa.
O ótimo grupo canadense Holy
Fuck consegue melhorar a já quase
perfeita "Find My Soul", por meio
de batidas e linhas etéreas.
Já o norueguês Lindstrom colocou as mãos em "Time to Let Go".
Lindstrom produz uma atmosfera
hipnótica ao criar uma dinâmica
que vai crescendo com a entrada de
elementos distintos.
E, já que o assunto é mistério, o produtor inglês de drum'n'bass Burial
lançará CD mixado pelo selo DJ
Kicks. Poucos se sabe sobre Burial.
No final do ano passado, lançou o
impressionante "Untrue", em que a
partir do dubstep ele compõe uma
paisagem que inclui trip hop, rap e
rock. Segundo a gravadora !K7, a
compilação de Burial trará tudo isso,
em faixas dele e de outros músicos.
O disco sai na Inglaterra no final
de junho.
thiago folhasp.com.br
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