Livro-CD sobre o compositor chega às bancas no próximo domingo, dia 23

Autor de "Juízo Final" e "A Flor e o Espinho", carioca se destacou a partir dos anos 1930, mas só gravou primeiro disco em 1970

DA REPORTAGEM LOCAL

Autor de canções quase existencialistas e não raro tristíssimas, como "A Flor e o Espinho", "Quando Eu Me Chamar Saudade" e "Juízo Final", Nelson Cavaquinho é um dos principais compositores da era de ouro do samba (anos 1930 a 1950), redescoberto por novas gerações da MPB.
Gravado por Nara Leão, Paulinho da Viola e Beth Carvalho, o mangueirense Nelson Cavaquinho é tema do 11º volume da Coleção Folha Raízes da Música Popular Brasileira, nas bancas no próximo domingo (23).
Nascido Nelson Antonio da Silva, no Rio de Janeiro, em 1911, cresceu na Lapa e em bairros do subúrbio. O pai era contramestre da banda da Polícia Militar, tocando tuba, e Nelson, na adolescência, já frequentava rodas de samba e compunha canções.
Trabalhou como operário, ajudante de eletricista, bombeiro hidráulico e, por indicação do pai, na cavalaria da Polícia Militar. As primeiras gravações de suas músicas aconteceram nos anos 40, com Cyro Monteiro, seguido por Roberto Silva e Dalva de Oliveira.

Bossa nova
Nos anos 1950, conheceu o principal parceiro musical, Guilherme de Brito, de "Pranto de Poeta" e "A Flor e o Espinho". Já nos anos 1960, foi gravado por Nara Leão e descoberto pela geração universitária da bossa nova.
A partir daí ganhou inúmeras novas interpretações e, na década seguinte, gravou seus primeiros discos solo. Nelson Cavaquinho morreu em fevereiro de 1986, de enfisema pulmonar.
O autor do livro sobre o compositor é o jornalista Tárik de Souza e a edição traz biografia, discografia, letras e fotos. O CD traz canções como "Palhaço", com Dalva de Oliveira, "Juízo Final", com Clara Nunes, "Duas Horas da Manhã", com Paulinho da Viola, e "Quando Eu Me Chamar Saudade", na voz do próprio Nelson Cavaquinho, entre outras.


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