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Crítica/DVD/"Os Piratas do Rock"
Longa emociona em tributo às rádios piratas
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Richard Curtis é um dos
principais responsáveis
pela linguagem otimista e pop de boa parte do cinema
produzido no Reino Unido nas
últimas duas décadas.
Ele, por exemplo, assina o roteiro de: "Quatro Casamentos e
um Funeral" (1994), "Um Lugar Chamado Notting Hill"
(1999), os dois longas da série
"Diário de Bridget Jones"
(2001 e 2004), "Simplesmente
Amor" (2003), entre outros.
Por esses filmes, vê-se que,
no cinema de Curtis, 1) a Inglaterra está sempre ensolarada;
2) piadas irônicas são costuradas a relacionamentos complicados; 3) a sensação transmitida é a de que, no fim das contas,
o mundo é legal e tudo dá certo.
É mais ou menos tudo isso o
que encontramos em "Os Piratas do Rock", escrito e dirigido
por Curtis.
Ambientado nos anos 1960, o
filme é inspirado nas rádios piratas que abasteciam com música milhões de britânicos que
estavam órfãos devido à política da estatal BBC de não tocar
rock em horário decente.
Adolescente deslocado, Carl
(interpretado por Tom Sturridge) é expulso da escola e, como
uma espécie de castigo, é mandado pela mãe à Radio Rock,
uma emissora pirata que funciona em um barco ancorado
na costa britânica.
Ali, ele encontra o padrinho,
Quentin, além de personagens
e DJs tão charmosos quanto caricatos, como o maluco The
Count (o sempre ótimo Philip
Seymour Hoffman), a voz sexy
de Gavin (Rhys Ifans) e o insaciável Dr. Dave (Nick Frost),
que se oferece até a emprestar a
namorada a Carl.
Não menos exagerado é Allistair Dormandy (Kenneth Branagh), secretário do governo
britânico que luta para acabar
com a "imoralidade" que impregna as emissoras piratas.
Além de homenagem a essas
rádios que até hoje são ouvidas
no Reino Unido, "Os Piratas do
Rock" pinça algumas referências a canções e artistas clássicas do rock e da soul music
(Leonard Cohen, The Turtles).
Para quem é apaixonado por
música, "Piratas do Rock" chega a ter momentos realmente
emocionantes. Mas as mais de
duas horas de duração (135 minutos) fazem com que o filme
perca certo ritmo. Há personagens que ganham espaço demais; histórias paralelas que se
arrastam desnecessariamente.
Como todo filme que tem Richard Curtis nos créditos, "Os
Piratas do Rock" é divertimento bem feito e prazeroso.
OS PIRATAS DO ROCK
Direção: Richard Curtis
Distribuição: Universal
Quando: R$ 40, em média
Classificação: 12 anos
Avaliação: bom
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