São Paulo, domingo, 16 de maio de 2010

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Crítica/DVD/"Os Piratas do Rock"

Longa emociona em tributo às rádios piratas

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Richard Curtis é um dos principais responsáveis pela linguagem otimista e pop de boa parte do cinema produzido no Reino Unido nas últimas duas décadas.
Ele, por exemplo, assina o roteiro de: "Quatro Casamentos e um Funeral" (1994), "Um Lugar Chamado Notting Hill" (1999), os dois longas da série "Diário de Bridget Jones" (2001 e 2004), "Simplesmente Amor" (2003), entre outros.
Por esses filmes, vê-se que, no cinema de Curtis, 1) a Inglaterra está sempre ensolarada; 2) piadas irônicas são costuradas a relacionamentos complicados; 3) a sensação transmitida é a de que, no fim das contas, o mundo é legal e tudo dá certo.
É mais ou menos tudo isso o que encontramos em "Os Piratas do Rock", escrito e dirigido por Curtis.
Ambientado nos anos 1960, o filme é inspirado nas rádios piratas que abasteciam com música milhões de britânicos que estavam órfãos devido à política da estatal BBC de não tocar rock em horário decente.
Adolescente deslocado, Carl (interpretado por Tom Sturridge) é expulso da escola e, como uma espécie de castigo, é mandado pela mãe à Radio Rock, uma emissora pirata que funciona em um barco ancorado na costa britânica.
Ali, ele encontra o padrinho, Quentin, além de personagens e DJs tão charmosos quanto caricatos, como o maluco The Count (o sempre ótimo Philip Seymour Hoffman), a voz sexy de Gavin (Rhys Ifans) e o insaciável Dr. Dave (Nick Frost), que se oferece até a emprestar a namorada a Carl.
Não menos exagerado é Allistair Dormandy (Kenneth Branagh), secretário do governo britânico que luta para acabar com a "imoralidade" que impregna as emissoras piratas. Além de homenagem a essas rádios que até hoje são ouvidas no Reino Unido, "Os Piratas do Rock" pinça algumas referências a canções e artistas clássicas do rock e da soul music (Leonard Cohen, The Turtles).
Para quem é apaixonado por música, "Piratas do Rock" chega a ter momentos realmente emocionantes. Mas as mais de duas horas de duração (135 minutos) fazem com que o filme perca certo ritmo. Há personagens que ganham espaço demais; histórias paralelas que se arrastam desnecessariamente.
Como todo filme que tem Richard Curtis nos créditos, "Os Piratas do Rock" é divertimento bem feito e prazeroso.


OS PIRATAS DO ROCK

Direção: Richard Curtis
Distribuição: Universal
Quando: R$ 40, em média
Classificação: 12 anos
Avaliação: bom



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