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ACONTECE RIO
'O Sonho' é lamento
dos males humanos
CRISTINA GRILLO
da Sucursal do Rio
O dramaturgo sueco August
Strindberg (1849-1912) utilizou
elementos da mitologia hindu para escrever "O Sonho". O diretor
mineiro Gabriel Villela juntou ao
texto de Strindberg elementos da
realidade brasileira.
O resultado é a encenação de "O
Sonho" -até domingo no Teatro
Glória (na Glória, zona sul do Rio).
Às queixas de Agnes, filha do deus
Indra, sobre os seres humanos, Villela somou referências aos mortos
pela hemodiálise de Caruaru, aos
meninos de rua cariocas e aos
sem-terra.
A peça, escrita em 1901, é um lamento sobre os males humanos e
mostra sua atemporalidade ao discutir esses aspectos.
"O Sonho" começa com o pedido de Agnes a Indra para conhecer
os humanos. Depois de uma relutância inicial, Indra concorda e
Agnes chega à Terra.
Aqui depara com a mesquinharia, a falsidade e a trivialidade dos
mortais. O sonho utópico vai aos
poucos se transformando em pesadelo. Cada vez mais presa à Terra, Agnes se angustia e lamenta o
pedido feito.
"O ser humano é digno de lástima", diz o personagem várias vezes durante a encenação -até fugir e voltar para o lado do pai.
A montagem de "O Sonho" já
recebeu alguns convites para apresentações no exterior, como dos
festivais de teatro de Havana (Cuba), Jerusalém (Israel) e Sidney
(Austrália).
O problema: o grupo não tem como arcar com as despesas das viagens. "Conseguimos ser descobertos por olheiros que estiveram
em Curitiba, mas talvez percamos
a chance por falta de dinheiro", lamenta Evani Tavares, intérprete
de Agnes, a filha do deus Indra.
Peça: "O Sonho", de August Strindberg
Direção: Gabriel Villela
Com: Núcleo de Teatro de Repertório do
Teatro Castro Alves
Onde: Teatro Glória (rua do Russel, 632,
Glória, tel. 021/557-5533)
Quando: hoje e amanhã às 21h e à
meia-noite, domingo às 17h e 20h
Quanto: R$ 15
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