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CRÍTICA
Série pode voltar em um ano
SÉRGIO DÁVILA
Editor da Ilustrada
"Seinfeld" terminou do jeito
(genial) que começou, 169 episódios e 9 anos atrás: com Jerry
abrindo e fechando o capítulo como o "stand-up comedian" que
sempre foi e com o mesmo diálogo
com George sobre botões que
marcou o début, em 89.
Nesse intervalo, um mundo.
Mais precisamente, o mundo
americano dos anos 90. O mundo
que, segundo a história final, escrita pelo co-criador Larry David,
condena à prisão a atitude politicamente incorreta de "Seinfeld".
(A vida imita os enlatados: enquanto o epílogo era exibido, porto-riquenhos faziam manifestação
diante da sede da NBC, em Nova
York, por conta de uma piada).
A história: o presidente da NBC
avisa a Jerry e George que a rede
está interessada de novo em produzir a série "Jerry", que eles haviam proposto cinco anos atrás.
A TV coloca à disposição um
avião para o quarteto, que parte
em viagem para Paris. No caminho, por culpa de Kramer, o jato
faz uma aterrissagem forçada numa cidadezinha de Massachusetts.
Lá, o quarteto assiste a um assalto sem se preocupar em ajudar a
vítima -e , pior, gozando da cara
do sujeito, de resto obeso. São presos, e o julgamento se transforma
num "midia event", em que dezenas de personagens de episódios
anteriores são chamados a depor.
Os defeitos: "Seinfeld" foi pensado para 30 minutos e perdeu-se
um pouco na 1h15 de anteontem; o
número grande de convidados esvaziou o núcleo principal, que é
onde mora a graça; e Kramer teve
participação discreta.
De resto, foi uma delícia. Teve
cutucada para todos: os possíveis
finais "vazados" pela mídia (o
avião que quase mata todos; George efeminado; Elaine se declarando; todos se mudando para Los
Angeles); a própria mídia (a "lei
Lady Di", o julgamento à O.J.);
além de saborosas "inside jokes".
Quase no final, a dica: "Em um
ano, nós estaremos de volta", diz
Jerry aos três, caminhando em direção à cela, referindo-se à pena.
Mas só à pena? Ou também à série?
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