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"Christine" é obras menor e boa diversão
da Redação
Quando fui
convidado para
resenhar essa
fornada de reedições de livros
de Stephen
King, torci o nariz ao saber que
teria de reler "Christine".
Na minha memória, esse era um
livro menor, longe de figurar entre
as estrelas da bibliografia desse escritor-guitarrista-ator.
A opinião permanece a mesma.
"Cujo", "Misery" e "Desespero" são bem melhores. Mas isso
não quer dizer que "Christine"
seja ruim. É bom que se diga que
mesmo um livro menor de King
tem diversão de sobra. Para ser
minimalista, dá para resumir as
321 páginas de "Christine" em
uma frase: é a história de um carro
mal-assombrado.
Mas não dá para ser minimalista
ao comentar o verborrágico King,
que conta suas histórias aos poucos, em capítulos cheios de ação,
com iscas que amarram o leitor.
A história de Christine não é só o
relato das escapadas noturnas do
velho Plymouth Fury, circulando
sem motorista pelas ruas de Libertyville, estraçalhando gente. É
muito mais a história de seu novo
dono, o estudante feioso e quase
sem amigos Arnie Cunningham.
É na criação desse personagem
que King revela a alma de seu ofício: a observação das pessoas comuns, dos sentimentos cotidianos, das mesquinharias de cada
um, das esperanças e dos sonhos.
Essa é a argila básica. Ele trata de
colocar seu holofote em um aspecto, exagerando-o até forçar o personagem a tomar atitudes estranhas ou a aceitar o sobrenatural
como verdadeiro e normal.
Em "Christine", o adolescente
patinho feio conhece a afirmação e
até ganha uma namorada depois
que se envolve com o carro.
Em defesa do carro, ele enfrenta
a mãe, discute com o pai, trabalha
mais, faz economias. Briga com o
valentão da escola e leva a melhor.
Fica feliz. Mas a mudança tem
seu preço.
(RL)
Livro: Christine
Autor: Stephen King
Lançamento: Objetiva
Quanto: R$ XX (321 págs.)
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