São Paulo, sábado, 16 de maio de 1998

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"O Cemitério" provoca perturbação definitiva

da Redação

"O Cemitério" é talvez a obra mais densa e apavorante de Stephen King. Seu terror bebe nas bobagens de sempre, demônios e espíritos do além, mas tem suas fundações na dor, no sentimento de perda, no desespero que a morte produz nos que ficam.
A perturbação que a leitura provoca é maior por causa do sofrimento dos personagens, gente com vontade de se dar bem no trabalho e ser feliz com a família.
O jovem médico Louis Creed chega com mulher e filhos (a pequena Eileen e o bebê Gage) à cidade de Ludlow. Vai morar numa grande casa, com um belo terreno.
A propriedade é vizinha a terras do governo, uma área em litígio, reivindicada pelos remanescentes de uma tribo indígena. Há uma floresta e um cemitério de animais, onde crianças enterram seus bichinhos de estimação.
Além dele, porém, há outro cemitério, com estranhos dons, sedutores e ameaçadores.
Aos poucos, Creed vai aprendendo sobre eles, entrando no clima criado pelas meias-informações do vizinho Judson Crandall.
A travessia do rio acontece mesmo quando o médico se vê com um dos desafios da vida de pai: ter de contar a um filho que seu bichinho de estimação está morto.
O gato Winston Churchill, o Church, atravessa a estrada e é atropelado por um caminhão.
Eileen não está em casa, nem vai voltar imediatamente. Louis Creed tem tempo para pensar na dor da filha, em como contar, no que fazer para aplacar o sofrimento.
Quem sabe fazer com que Church viva... A decisão é a porta de entrada para outro mundo de terrores e dores.
Tudo no ritmo de King. A sequência de ações não é eletrizante, mas agarra o leitor, que vai sendo envolvido pela vidinha dos Creed, pelo mundinho de Ludlow. E pelo horror que está por vir. (RL)


Livro: O Cemitério Autor: Stephen King Lançamento: Objetiva Quanto: R$ XX (243 págs.)



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