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Brasileiros alternam interação e assepsia
DO ENVIADO A VENEZA
Dentre os brasileiros em Veneza, o baiano Marepe é o que conseguiu apresentar a obra de maior
impacto. "Embutido Recôncavo",
uma casa em macaranduba que
pode ser movimentada em sentido côncavo e convexo, por ter
módulos flexíveis, é o destaque de
"Estruturas de Sobrevivência",
mostra organizada pelo argentino
Carlos Basualdo.
"O trabalho fala também de onde moro, no Recôncavo Baiano, e
de estratégias de sobrevivência,
como a necessidade de interação
com o mundo através do deslocamento", diz Marepe.
Da mesma mostra, participam
ainda os artistas Fernanda Gomes, Hélio Oiticica, cujas maquetes apresentadas estão bastante
fragilizadas, Alexandre da Cunha
e Cildo Meireles, com uma intervenção no catálogo denominada
"Exposição Macabra". A obra reproduz páginas do jornal "A Notícia", de 1996, quando traficantes
foram mortos e expostos por horas sobre canos de concreto.
Basualdo, que tem trabalhado
com artistas brasileiros, prepara
uma mostra sobre o Tropicalismo, com a BrasilConnects.
Já Beatriz Milhazes e Rosângela
Rennó, as representantes do Brasil no Giardini, onde estão os pavilhões nacionais, também foram
muito elogiadas. O pavilhão brasileiro parecia uma asséptica galeria de arte, em contraste com fortes intervenções em outros pavilhões, como fez, por exemplo,
Santiago Serra, na sede da Espanha no Giardini. Ele construiu um
muro de concreto impedindo a
entrada em seu pavilhão.
Voltando ao Brasil, na primeira
sala do espaço estão 16 fotos da
"Série Vermelha", de Rennó. O
ambiente foi escurecido para que
as imagens tenham mais destaque. Já a sala de Milhazes, com oito telas, teve as paredes pintadas
em amarelo limão. A representação nacional tem patrocínio do
Banco Santos, anunciado num
imenso banner tapando a parte de
madeira na entrada do pavilhão.
Lygia Pape participa da mostra
"Utopia" com um cartaz, enquanto Rivane Neuenschwander figura em "Atrasos e Revoluções", organizada por Francesco Bonami e
Daniel Birnbaum. Este é o conjunto mais forte da Bienal, composto em sua maioria por artistas
reconhecidos, como Damien
Hirst, Maurizio Cattelan e Matthew Barney. Cattelan, aquele que
"jogou" um meteoro no papa,
surge com uma criança movida
por controle remoto.
(FCY)
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