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São Paulo, segunda-feira, 16 de junho de 2003

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Brasileiros alternam interação e assepsia

DO ENVIADO A VENEZA

Dentre os brasileiros em Veneza, o baiano Marepe é o que conseguiu apresentar a obra de maior impacto. "Embutido Recôncavo", uma casa em macaranduba que pode ser movimentada em sentido côncavo e convexo, por ter módulos flexíveis, é o destaque de "Estruturas de Sobrevivência", mostra organizada pelo argentino Carlos Basualdo.
"O trabalho fala também de onde moro, no Recôncavo Baiano, e de estratégias de sobrevivência, como a necessidade de interação com o mundo através do deslocamento", diz Marepe.
Da mesma mostra, participam ainda os artistas Fernanda Gomes, Hélio Oiticica, cujas maquetes apresentadas estão bastante fragilizadas, Alexandre da Cunha e Cildo Meireles, com uma intervenção no catálogo denominada "Exposição Macabra". A obra reproduz páginas do jornal "A Notícia", de 1996, quando traficantes foram mortos e expostos por horas sobre canos de concreto.
Basualdo, que tem trabalhado com artistas brasileiros, prepara uma mostra sobre o Tropicalismo, com a BrasilConnects.
Já Beatriz Milhazes e Rosângela Rennó, as representantes do Brasil no Giardini, onde estão os pavilhões nacionais, também foram muito elogiadas. O pavilhão brasileiro parecia uma asséptica galeria de arte, em contraste com fortes intervenções em outros pavilhões, como fez, por exemplo, Santiago Serra, na sede da Espanha no Giardini. Ele construiu um muro de concreto impedindo a entrada em seu pavilhão.
Voltando ao Brasil, na primeira sala do espaço estão 16 fotos da "Série Vermelha", de Rennó. O ambiente foi escurecido para que as imagens tenham mais destaque. Já a sala de Milhazes, com oito telas, teve as paredes pintadas em amarelo limão. A representação nacional tem patrocínio do Banco Santos, anunciado num imenso banner tapando a parte de madeira na entrada do pavilhão.
Lygia Pape participa da mostra "Utopia" com um cartaz, enquanto Rivane Neuenschwander figura em "Atrasos e Revoluções", organizada por Francesco Bonami e Daniel Birnbaum. Este é o conjunto mais forte da Bienal, composto em sua maioria por artistas reconhecidos, como Damien Hirst, Maurizio Cattelan e Matthew Barney. Cattelan, aquele que "jogou" um meteoro no papa, surge com uma criança movida por controle remoto. (FCY)


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