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Drama espanhol busca "canto de amor"
DO ENVIADO ESPECIAL A LONDRINA
Quando veio à luz, em 1988, a
companhia espanhola Albanta
era formada apenas por mulheres, e isso se refletia na força de
seus trabalhos. A ponto de uma
peça, por exemplo, ser escrita especialmente para as atrizes Charo
Sabio e Ángeles Rodríguez, as
protagonistas de "Celeste Flora",
que estréia hoje no Filo 2005 (na
Casa de Cultura, 21h).
O premiado autor Juan García
Larrondo escreveu a peça no início dos anos 90, quando foi montada pela primeira vez pelo grupo.
"Foi uma eleição mútua", diz o diretor Pepe Bablé. Em 2004, as atrizes e o diretor fizeram uma remontagem, 11 anos após a última
temporada, e é essa versão que será apresentada.
A ação se passa em 1934, no
Centro Penitenciário para Mulheres em Madri, onde Flora (Charo
Sabio) cumpre pena pelo assassinato de seis meninas.
Ela está à espera da sentença de
um tribunal psiquiátrico sobre
seu estado mental. Se for declarada louca, será enviada a um sanatório. Caso contrário, será condenada à morte. À frente do tribunal
está Narcisse (Ángeles Rodríguez), uma médica francesa enviada a Madri para estudar o caso.
"Parece uma história baseada
em fatos reais, mas não é", diz Bablé. "Tem um pé realista, mas
com um forte caráter de teatro
psicológico. Tanto o espaço cênico quanto a ação física são reduzidos para que o espetáculo redunde na palavra."
A retomada do projeto, diz Bablé, se deve ao tema "candente e
universal" dos valores humanos.
"O diálogo da presa e da médica é
um embate entre razão e sentimento. O que deve ser ponderado
diante de uma grande decisão como a eutanásia, por exemplo?"
Apesar dos enigmas que carrega, o diretor afirma que "Celeste"
pode ser vista como uma "parábola sobre o amor", palavra que
reverbera a todo instante. "Tentamos encenar um canto de amor."
Entre as atrações do último final
de semana do Filo 2005, que começou no dia 3/6, estão o grupo
Lume ("Shi-Zen, 7 Cuias"), a Cia.
dos Atores ("Ensaio.Hamlet") e a
clow suíça Gardi Hutter ("Jeanne
D'ArPpo"), esta uma história de
uma singela lavadeira e seus sonhos de heroína (ou seriam bolhas de sabão?).
(VS)
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