São Paulo, domingo, 16 de julho de 2006

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Record lança sua novela mais cara

Com estréia nesta terça, a nova produção das sete da emissora, "Bicho do Mato", tem custo de R$ 150 mil por capítulo

Com ex-globais como Beatriz Segall e Bia Seidl, trama dirigida por Edson Spinello terá cenas gravadas no Rio e no Pantanal

MARCELO BARTOLOMEI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

A fórmula parece ter dado certo: investimento alto, apuro técnico, belas paisagens e histórias que misturam amor, ação e humor. Depois de encostar no "Jornal Nacional" no Ibope com "Prova de Amor", a Record apresenta a partir de terça-feira o resultado de seu mais recente investimento, a novela "Bicho do Mato".
De diferente, a nova produção -gravada em locações no Pantanal e em Barra Mansa, no interior fluminense, em estúdios construídos no Rio de Janeiro e na zona sul da cidade- tem, além dos cenários e personagens, imagens inéditas do santuário ecológico no Mato Grosso e o mais caro orçamento da história das quatro novelas produzidas na Record, de R$ 150 mil por capítulo. O valor se iguala somente à produção de "Cidadão Brasileiro", uma novela de época, conseqüentemente mais cara.
"Prova de Amor", que termina amanhã esticada ao extremo, custou R$ 120 mil por capítulo. Na Globo, uma produção como a novela das oito "Páginas da Vida" sai a R$ 200 mil por episódio.

Estúdios
A Record investiu R$ 200 milhões na construção de seis estúdios (dos quais dois são novíssimos, erguidos em cerca de seis meses) no Rio de Janeiro desde que decidiu reformular sua programação e investir em teledramaturgia.
Além disso, as cotas de patrocínio da novela das sete quase triplicaram. De acordo com o plano comercial de "Bicho do Mato", um patrocínio com duas vinhetas e um comercial de 30 segundos em rede nacional durante "Bicho do Mato" custa R$ 7,6 milhões por mês -três delas já estão vendidas. Em setembro do ano passado, quando corria atrás de patrocínio para "Prova de Amor", a emissora pedia R$ 2,9 milhões pelo mesmo tipo de cota.
"Existe um comprometimento de equipe. A Record está apostando em equipamentos, em recursos humanos e em estúdios", afirma Renata Dominguez, que vive a protagonista Cecília (leia abaixo).
Ela viverá um relacionamento com Juba (André Bankof), um idealizado homem do interior do Brasil que foi criado em uma comunidade indígena. Ele terá que defender a área ao se deparar com as vilanices de seu padrasto, Ramalho (interpretado por Jonas Bloch).
Escrita por Cristianne Fridman e Bosco Brasil, a produção é baseada em novela homônima, contada por Chico de Assis e Renato Correa de Castro e exibida em 1972 pela TV Globo -os direitos foram adquiridos pela TV da Igreja Universal. Agora, ela será apresentada por um elenco em parte também de veteranos ex-globais -como Beatriz Segall, Bia Seidl, Thaís Fersoza, Denise Del Vecchio e Angelina Muniz- e de estreantes, como Marcos Mion. "É uma esperança que o mercado se amplie", afirma Jonas Bloch, um dos novos contratados.

Outro Pantanal
Segundo o diretor-geral, Edson Spinello, 45, também ex-Globo, o espectador verá um Pantanal diferente do apresentado em 1990 -escrita por Benedito Ruy Barbosa, "Pantanal" foi um sucesso de audiência na TV Manchete.
A intenção de Spinello é usar parte da história como trama paralela da próxima novela das oito do autor, programada para 2007. "Não será de uma maneira contemplativa. Tivemos muita dificuldade para captar as imagens. Eu busquei lugares que nunca ninguém mostrou em novela." A novela prevê três viagens para gravar no Pantanal. Uma delas já foi realizada, outra será durante o folhetim e a última nos momentos finais.
Por conta das dificuldades de gravar no local, o núcleo pantaneiro se fixou em uma fazenda em Barra Mansa.
Reformada para servir de set para a novela, a fazenda recebeu gravações, como um cortejo fúnebre e um churrasco com participação de índios entre os figurantes. Esses momentos serão vistas nos primeiros capítulos de "Bicho do Mato".


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