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O Teatro Mágico registra seu circo musical em DVD
Trupe mistura música pop com esquetes circenses em
três apresentações no Ibirapuera com ingressos esgotados
Grupo diz ter vendido 50 mil cópias de disco mesmo sem ter gravadora; espetáculo na Virada Cultural, em maio, reuniu 40 mil pessoas
VIVIAN WHITEMAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Em 2003, Fernando Anitelli
deixou para trás sua formação
publicitária para realizar o sonho de ser artista. Entre amigos
feitos em saraus, cursos de interpretação e casas noturnas
paulistanas, reuniu um grupo
de 20 pessoas e criou um híbrido de banda e espetáculo chamado O Teatro Mágico, misturando estrutura de um show de
música pop com esquetes circenses e teatrais.
"No primeiro show tinha
mais gente no palco do que na
platéia", diverte-se o músico.
Mas os tempos mudaram para
O Teatro Mágico, que vem se
firmando como fenômeno de
público. Nos próximos dias 20,
21 e 22, Anitelli e sua trupe,
atualmente com 15 pessoas, se
apresentam no Auditório Ibirapuera, em São Paulo, com ingressos esgotados desde o dia 4.
Durante os shows, serão captadas imagens para o primeiro
DVD do grupo, ainda sem data
de lançamento. O novo projeto
deve seguir o esquema independente usado para divulgar o
CD "O Teatro Mágico: Entrada
para Raros", de 2003.
"Nós mesmos gravamos, produzimos, prensamos e vendemos o CD no nosso site e nos
shows. A divulgação é feita via
internet e no boca a boca."
Com esse esquema alternativo, o CD já vendeu 50 mil cópias, segundo a banda, o que
equivale a um disco de ouro na
indústria fonográfica.
Estímulo à pirataria
O número fica ainda mais expressivo levando em conta que
o grupo não tem gravadora (recusaram quatro propostas), incentiva a pirataria do próprio
trabalho e o disponibiliza para
download na web (www.oteatromagico.mus.br).
"O CD custa R$ 5, mas quem
não puder comprar que pirateie. Não incentivo as pessoas a
piratear para revender, mas para ter acesso ao produto."
O repertório do CD, mais algumas composições novas, será a base dos shows no Ibirapuera e também do DVD.
Músicas como "Zaluzejo",
sobre os "dialetos" populares
criados nas ruas brasileiras, e a
romântica "Ana e o Mar" não
estão nas rádios nem na TV,
mas são cantadas em uníssono
durante os shows.
"Na Virada Cultural [em SP]
deste ano reunimos 40 mil pessoas. Em Recife, foram 10 mil.
São provas de que um artista
não precisa seguir a cartilha do
mercado para conquistar seu
espaço", diz Anitelli, que, além
de ser vocalista, também compõe as canções do grupo.
Depois dos shows, a trupe
desce do palco para falar com
os fãs. "Se não houver esse contato, o projeto perde a essência,
vira uma história vazia de celebridade intocável."
No palco, além de guitarra,
baixo e bateria, há um DJ, um
percussionista, um violinista e
números de malabares e trapézio. "Funciona como um sarau
amplificado, com certa rotatividade de artistas convidados."
O aspecto visual é outro diferencial do grupo: todos os integrantes se apresentam maquiados, "look" que é copiado pelos
fãs mais animados.
O TEATRO MÁGICO
Quando: dias 20, às 21h; e 21 e 22,
às 17h
Onde: Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nš, pq. Ibirapuera, portão 2, São Paulo,
tel. 0/
xx/11/5908-4299)
Quanto: ingressos esgotados
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