DA REPORTAGEM LOCAL

Em 2008, O Teatro Mágico deve lançar "O Teatro Mágico -°Segundo Ato", a parte central de uma trilogia de CDs imaginada por Fernando Anitelli. "É a segunda entrada do espetáculo e também tem o sentido de ato político", afirma.
Questionamentos políticos, aliás, serão o destaque do próximo disco, que deve ter participações de Silvério Pessoa, do Cordel do Fogo Encantado e do trombonista Bocatto. "Quero falar de acesso à cultura, de preconceito, da aniquilação criminosa da educação pública, de todas as coisas que estão rolando à nossa volta. O artista precisa contestar, enxergar o mundo com lucidez", diz.
Posições engajadas já fazem parte da pauta de Anitelli e da trupe há algum tempo. Depois de ver a participação de Marcelo D2 num filme publicitário da Brahma, o vocalista escreveu "Comercial", música que critica a postura do rapper e de outros artistas que usam sua imagem e fama para vender produtos de empresas.
"Eu admiro a história do D2, um cara que surgiu com o Planet Hemp defendendo uma opção polêmica, fazendo barulho. Por isso acho lamentável ver esse mesmo cara na TV dizendo que democracia se faz batucando numa lata de cerveja. E, como ele, há outros tantos fazendo o mesmo papel", afirma.
Anitelli também esteve na reitoria da USP durante a ocupação feita pelos estudantes, entre maio e junho deste ano, para tocar e conversar com os manifestantes. "Apesar de ter sido desqualificado por parte da mídia, foi um movimento legítimo, feito por gente jovem. Uma raridade entre adolescentes que cresceram desestimulados a ter qualquer tipo de comportamento político", conta.
Depois da última parte da trilogia, ainda indefinida, Anitelli pretende gravar um CD infantil baseado numa de suas histórias em quadrinhos, sobre um menino de rua que fica amigo de um sinal de trânsito. "Quero fazer algo temático, na tradição de "A Arca de Noé"."


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