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São Paulo, sábado, 16 de agosto de 2003

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FILMES E TV PAGA

África dos Meus Sonhos
Globo, 23h05.
 
(I Dreamed of Africa). EUA, 2000, 114 min. Direção: Hugh Hudson. Com Kim Basinger, Vincent Perez. Após um acidente de carro, socialite decide aceitar casamento e partir para o Quênia, onde a esperam sensações pelo menos inusitadas. Inédito.

Magnólia
SBT, 23h45.
   
(Magnolia). EUA, 98, 188 min. Direção: Paul Thomas Anderson. Com Julianne Moore, Tom Cruise. Aqui, Anderson cria uma espécie de filme-mosaico, em que se envolve um grupo grande de personagens, basicamente ligados à TV e a Los Angeles. Filme que impressionou bem, quando de seu lançamento, é de perguntar, com o passar do tempo, se não sofre de uma ambição quase desmedida (de que o privava o tema de "Boogie Nights", filme anterior do cineasta). A conferir. Inédito.

Emmanuelle: Uma Lição de Amor
Bandeirantes, 2h.
 
(Emmanuelle, a Lesson in Love). EUA, 94, 95 min. Direção: David Cove. Com Krista Allen, Paul Michael Robinson. Após seduzir mais ou menos todos os terráqueos à sua volta, Emmanuelle agora dedica-se a extraterrestres dispostos a aprender com ela sobre o amor, apesar das ordens vindas de seu chefe, de que entre humanos e eles não deveria haver paixão.

A Revolução do Jazz
SBT, 3h10.
   
(Thelonious Monk). EUA, 97. Direção: Charlotte Zwerin. Documentário sobre o grande, enorme pianista. No mínimo vale por sua música.

Dois Velhos Mais Rabugentos
Globo, 3h20.
   
(Grumpier Old Men). EUA, 95, 101 min. Direção: Howard Deutch. Com Jack Lemmon, Walter Matthau. Depois de muito brigarem no primeiro filme da série, Lemmon e Matthau se unem para impedir que a casa de iscas em que costumam se abastecer transforme-se em um restaurante. Em relação ao filme anterior, o segundo exemplar ganhou significativo reforço feminino, nas pessoas de Sophia Loren e Daryl Hannah, sem por isso perder Ann-Margret. Comédia que afirma a vida na terceira idade e o faz por meio de dois veteranos comediantes de primeira e atrizes idem.

Dr. Who - O Senhor do Tempo
SBT, 4h55.
 
(Dr. Who). EUA, 96. Direção: Geoffrey Sax. Com Paul McGann, Eric Roberts. Dr. Who é o senhor do tempo do planeta Galliffrey. Entre outros poderes, é dotado de várias vidas. Quando cai na Terra, em San Francisco, tem de enfrentar um inimigo que pretende roubar as várias vidas que lhe restam. Só para São Paulo. (IA)


"Síndrome da China" é caso de populismo nuclear

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Certos filmes pretendem nos advertir para os rumos recentes da humanidade. "Síndrome da China" é um deles e fez um barulho louco quando de seu lançamento (1979).
Havia ali uma usina nuclear, uma repórter, falhas inconfessadas na construção ou manutenção da tralha e, portanto, perigo. Mas essas coisas dizem respeito à segurança nacional, são secretas, e os Estados-maiores pouco se lixam se morrer 1 milhão de pessoas, desde que seu poder permaneça intacto.
Tudo isso é muito evidente, evidente demais para dar um filme interessante. O que faz o interesse, nesses casos, não é o cinema, mas o tipo de fruição que ele proporciona. Não é a arte que importa essencialmente, mas a mídia.
Está certo que seja assim: um aspecto fundamental do cinema é que ele é um meio de comunicação. Há outros. Ele também é uma indústria, com todas as suas decorrências (de desenvolvimento tecnológico a comercialização de produtos) e uma arte.
E esse é, a rigor, o nó de toda a nossa história. Uma indústria é coisa simples, afinal (fabricam-se produtos e afere-se sua rentabilidade), um meio de comunicação, também. Mas, quando a isso se acrescenta uma arte, tudo se complica. A começar que os críticos começam a pôr defeito nos filmes que nos unem socialmente, como aconteceu com "Síndrome da China" em dado momento, porque -certa ou erradamente- falam de um ponto de vista específico, que é o da arte.
"Síndrome" serviu bem ao cinema como indústria e ao cinema como veículo. Mas não sobrevive como arte interessante, por mais que o nuclear ainda nos ameace. Os "filmes-meio" precisam se renovar. Para quem quiser conferir o quanto "Síndrome da China" hoje parece o que sempre foi (populismo nuclear, digamos), hoje é dia para conferir.


 SÍNDROME DA CHINA. Quando: hoje, às 17h15, no Cinemax Prime.


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