São Paulo, domingo, 16 de agosto de 2009

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"Mad Men" estreia em telão na Times Square

Primeiro episódio do 3º ano da série será exibido hoje ao ar livre em Nova York

Criada por um ex-roteirista de "Família Soprano", o programa reconstitui com fidelidade cenários e figurinos da década de 1960

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma série como "Mad Men" só poderia ser ambientada na Nova York dos anos 1960. Onde mais, e quando mais, encontraríamos gente entornando copos de uísque no escritório antes da hora do almoço e fumando uns dois cigarros por minuto? Na São Paulo de 2009?
"Mad Men" incorpora tão bem o "New York way of life" que a metrópole americana adotou com carinho o seriado.
Criada por Matthew Weiner (ex-roteirista de "Família Soprano"), a série inicia hoje nos Estados Unidos sua terceira temporada -no Brasil, sem data prevista.
O episódio será exibido ao vivo em um telão na Times Square. Bares da cidade celebram a data criando drinques inspirados nos personagens. Festas temáticas pipocam em clubes e hotéis. A grife Banana Republic decorou vitrines com manequins alusivos à série.
Esse fascínio é alimentado pela precisão com que o seriado é feito: dos figurinos elegantes aos cenários realistas e os diálogos espertos, cada detalhe parece ter sido cuidadosamente estudado e checado. É filmado em 35 mm, o que fornece um tom ainda mais nostálgico ao programa.
Mesmo todo esse rigor estético seria inócuo não fosse o argumento afiado criado por Weiner, focado em uma agência de publicidade e que tangencia fatos ocorridos na época. Jon Hamm é Don Draper, diretor da agência, casado com uma mulher submissa (que lembra Grace Kelly) e dono de um passado misterioso.
Ele é escorado por Peggy Olson (Elisabeth Moss, uma secretária que se torna redatora) e Pete Campbell (Vincent Kartheiser, um ambicioso executivo da agência), entre outros.
Se já na segunda temporada "Mad Men" abordou episódios como a crise dos mísseis de Cuba, no terceiro ano (e nos próximos) o seriado irá tocar em alguns dos principais acontecimentos da década de 1960, como a morte de Kennedy.
Não que "Mad Men" tenha propósito histórico -seu roteiro segue a linha de filmes como "Forrest Gump", mas com um protagonista esperto, sexy, que fuma um cigarro atrás do outro e conhece a diferença entre dry martini e piña colada.

Sucesso de crítica
"O que eu sempre quis fazer foi pegar o arquétipo americano do final dos anos 1950 e ver como aquilo se desenvolve até 1970 ou 1972", disse Matthew Weiner, 44, em entrevista ao "New York Times". Entrega, assim, pistas de até onde "Mad Men" deve se desenvolver.
Apesar do sucesso de crítica (ganhou três Globo de Ouro e seis Emmy), o seriado, exibido pela pequena rede AMC (no Brasil, pelo HBO), abocanha uma audiência tímida: a segunda temporada teve cerca de 1,5 milhão de espectadores -"American Idol", por exemplo, o programa mais popular na TV norte-americana, tem média de 31 milhões.
Dá para encontrar (em inglês) guia de episódios e de drinques, fotos e games, entre outras coisas, no site oficial: www.amctv.com/originals/madmen.


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