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"Mad Men" estreia em telão na Times Square
Primeiro episódio do 3º ano da série será exibido hoje ao ar livre em Nova York
Criada por um ex-roteirista de "Família Soprano", o programa reconstitui com fidelidade cenários e figurinos da década de 1960
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma série como "Mad Men"
só poderia ser ambientada na
Nova York dos anos 1960. Onde
mais, e quando mais, encontraríamos gente entornando copos de uísque no escritório antes da hora do almoço e fumando uns dois cigarros por minuto? Na São Paulo de 2009?
"Mad Men" incorpora tão
bem o "New York way of life"
que a metrópole americana
adotou com carinho o seriado.
Criada por Matthew Weiner
(ex-roteirista de "Família Soprano"), a série inicia hoje nos
Estados Unidos sua terceira
temporada -no Brasil, sem data prevista.
O episódio será exibido ao vivo em um telão na Times Square. Bares da cidade celebram a
data criando drinques inspirados nos personagens. Festas temáticas pipocam em clubes e
hotéis. A grife Banana Republic
decorou vitrines com manequins alusivos à série.
Esse fascínio é alimentado
pela precisão com que o seriado
é feito: dos figurinos elegantes
aos cenários realistas e os diálogos espertos, cada detalhe parece ter sido cuidadosamente
estudado e checado. É filmado
em 35 mm, o que fornece um
tom ainda mais nostálgico ao
programa.
Mesmo todo esse rigor estético seria inócuo não fosse o argumento afiado criado por
Weiner, focado em uma agência de publicidade e que tangencia fatos ocorridos na época. Jon Hamm é Don Draper,
diretor da agência, casado com
uma mulher submissa (que
lembra Grace Kelly) e dono de
um passado misterioso.
Ele é escorado por Peggy Olson (Elisabeth Moss, uma secretária que se torna redatora)
e Pete Campbell (Vincent Kartheiser, um ambicioso executivo da agência), entre outros.
Se já na segunda temporada
"Mad Men" abordou episódios
como a crise dos mísseis de Cuba, no terceiro ano (e nos próximos) o seriado irá tocar em alguns dos principais acontecimentos da década de 1960, como a morte de Kennedy.
Não que "Mad Men" tenha
propósito histórico -seu roteiro segue a linha de filmes como
"Forrest Gump", mas com um
protagonista esperto, sexy, que
fuma um cigarro atrás do outro
e conhece a diferença entre dry
martini e piña colada.
Sucesso de crítica
"O que eu sempre quis fazer
foi pegar o arquétipo americano do final dos anos 1950 e ver
como aquilo se desenvolve até
1970 ou 1972", disse Matthew
Weiner, 44, em entrevista ao
"New York Times". Entrega,
assim, pistas de até onde "Mad
Men" deve se desenvolver.
Apesar do sucesso de crítica
(ganhou três Globo de Ouro e
seis Emmy), o seriado, exibido
pela pequena rede AMC (no
Brasil, pelo HBO), abocanha
uma audiência tímida: a segunda temporada teve cerca de 1,5
milhão de espectadores
-"American Idol", por exemplo, o programa mais popular
na TV norte-americana, tem
média de 31 milhões.
Dá para encontrar (em inglês) guia de episódios e de
drinques, fotos e games, entre
outras coisas, no site oficial:
www.amctv.com/originals/madmen.
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