São Paulo, terça-feira, 16 de agosto de 2011

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Roqueiros sensíveis se opõem aos tipos malvados de 2000

NINA LEMOS
DE SÃO PAULO

Foi-se o tempo em que roqueiro precisava empunhar soqueira, canivete e várias histórias de confusão e brigas para virar lenda e merecer algum respeito "na cena".
O homem do rock, esse ser mítico, mudou.
Não é preciso mais destruir hotéis, como fez (e continua fazendo) Axl Rose. Se acabar nas drogas e dar vexame, como Pete Doherty, do Libertines, nem posar de macho como o brasileiro Chorão, do Charlie Brown Jr., com sua fama de briguento.
"Eu tenho que manter minha fama de mau", cantavam Erasmo e Roberto Carlos, os primeiros roqueiros sensíveis do rock nacional, mas que, por força da época, precisavam manter a tal fama.
A geração de hoje não precisa manter fama nenhuma. Os meninos considerados os mais sexys da cena indie internacional são só amor.
O inglês Jamie Lidell faz carinho num gatinho em seu clipe. Ben Goldwasser, do MGMT, usa maquiagem e posa com animais de estimação. Falar de amor, ser triste e expor suas fraquezas não pega mais mal para ninguém.
Os meninos do Vanguart fazem parte dessa geração.
Helio Flanders e seus companheiros se orgulham de gostar de gatos e cantam: "Viver às vezes é um ato de coragem". Coisa de garoto fofo.
Bom para os meninos. E para as meninas também.


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