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"THE RED VIOLIN"
Filme conta saga trágica de instrumento
RENATO FRANZINI
de Nova York
Um instrumento musical é o
protagonista do mais novo filme do diretor François Girard,
o mesmo de "32 Curtas sobre
Glenn Gould"
"The Red Violin" (O Violino
Vermelho) conta a história
imaginária de um instrumento
tecnicamente perfeito que troca de mãos com o passar de três
séculos e diversos movimentos
artísticos.
Mas, diferente de "32 Curtas", as locações em cinco países servem para contar uma
única história.
"O processo de filmagem foi
na verdade o oposto de "32
Curtas", no qual havia um filme
pretendendo ser 32. Nesse caso, há cinco filmes pretendendo ser um", disse Girard.
As filmagens duraram seis
meses, começando em fevereiro de 1997, no Canadá. Houve
locações ainda na Áustria, Itália, Inglaterra e China.
O filme estreou no fim do ano
passado nos EUA e a propaganda boca-a-boca está fazendo com que ele tenha longevidade nas salas de cinema do
país.
Já arrecadou US$ 6.450.791
nos EUA. Em Nova York, está
sendo exibido em quatro salas
(eram duas há dois meses).
O apelo do filme é juntar uma
história cativante com uma trilha sonora muito bem executada, composta por John Corigliano (ganhador de dois
Grammys em 1996).
A única estrela de Hollywood
no elenco é Samuel L. Jackson,
que este ano fez "blockbusters"
como "Star Wars".
A narrativa se estrutura em
torno de um leilão de uma série
de valiosos instrumentos musicais em Montreal (Canadá).
De todas as peças, no entanto, a mais cobiçada é o violino
vermelho, feito em 1681 pelo
mestre italiano Nicolo Bussotti.
O inescrupuloso Charles
Morritz (Jackson), que trabalha como especialista em violinos para a casa de leilões, define o instrumento como o "perfeito casamento de ciência e beleza" e "a mais perfeita máquina acústica".
Flashbacks mostram cronologicamente por onde passou o
instrumento, desde sua criação
-e por que há tantas pessoas
interessadas em obtê-lo.
Cada flashback é uma história própria -e trágica.
Começa pela produção do
instrumento. Bussotti (Carlo
Cecchi) o elabora como um
presente a seu filho. Mas sua
mulher morre ao dar à luz.
Ele então decide manter viva
a alma de sua mulher, usando o
sangue dela para pintar o instrumento. No final do filme, essa cena é revelada.
O instrumento chega a monges austríacos no século 18, que
encorajam um órfão a tocá-lo.
O instrumento sobrevive, mas
o garoto, não.
Depois de passar também pelas mãos de um compositor inglês, em 1893, chega à China no
século 20.
Em uma das cenas, sobrevive
a um julgamento no qual
membros do Partido Comunista tentam queimá-lo.
O final da história mostra
descendentes de todas as pessoas que uma vez colocaram a
mão no instrumento disputando-o no leilão.
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