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CINEMA
Vencedor de quatro Oscars como diretor e produtor, o cineasta americano havia completado 91 anos no sábado
Morre Robert Wise, de "A Noviça Rebelde"
DA REPORTAGEM LOCAL
Vencedor de quatro Oscars como diretor e produtor de dois
grandes musicais dos anos 60,
"Amor, Sublime Amor" (1961) e
"A Noviça Rebelde" (1965), morreu anteontem, em Los Angeles,
de ataque cardíaco, o cineasta
americano Robert Wise.
Lawrence Mirisch, agente e
amigo de longa data de Wise, disse à agência de notícias Associated Press que o diretor parecia
bem de saúde até o último sábado, dia 10, quando havia comemorado seu 91º aniversário.
A mulher de Wise, Mellicent,
que estava na Espanha para apresentar uma retrospectiva da obra
do marido no Festival de San Sebastian, programada para começar hoje, voltou aos Estados Unidos ao saber da notícia.
Nascido no dia 10 de setembro
de 1914, em Winchester, Indiana,
Wise abandonou os estudos na
faculdade durante a Grande Depressão, depois que seu irmão,
um contador da RKO Pictures,
conseguiu um emprego como
mensageiro para ele naquele estúdio. Ali, Wise começou sua carreira como técnico de som, tornando-se em seguida montador de
filmes como "A História de Irene
Castle e Vernon" (1939).
Sua estréia como diretor aconteceu em 1944 em "A Maldição do
Sangue de Pantera", longa que teve que finalizar numa substituição de última hora. Satisfeito com
seu trabalho, o produtor de filmes
de terror Val Lewton contratou
Wise para dirigir "O Túmulo Vazio" no ano seguinte.
Influências
Com uma carreira de mais de 50
anos (veja destaques no quadro
ao lado), Wise dirigiu um total de
39 filmes, de ficções científicas
("O Dia em que a Terra Parou", de
1951) a faroestes ("Honra a um
Homem Mau", de 1955).
"Prefiro fazer as minhas próprias coisas, escolher projetos que
me levem a todos os gêneros",
disse certa vez o diretor. "Não tenho um tipo preferido de filme.
Apenas procuro o melhor material que possa achar."
Wise reputava grande influência em seu trabalho a Orson Welles, para quem ele montou "Cidadão Kane" (1941) e "Soberba"
(1942). "Foi a pessoa mais próxima de um gênio que conheci",
afirmava ele.
O diretor também creditou parte do sucesso de "A Noviça Rebelde", vencedor de um total de dez
Oscars, a seu elenco. "Boa parte
do trabalho de um diretor é feito
se ele consegue os atores certos
nos papéis certos. Isto não significa que ele não os ajude. Mas, uma
vez que pensamos em Julie [Andrews] e Chris [Christopher
Plummer], não pensamos em
mais ninguém."
Ao todo, Wise teve sete indicações a estatuetas da Academia de
Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Além dos quatros Oscars que ganhou, também
teve indicações por "Cidadão Kane" (de 1941, pela montagem),
"Quero Viver" (1958, direção) e
"O Canhoneiro do Yang-Tsé"
(1966, produção). Em 1967, Wise
recebeu da Academia o prêmio
especial Irving G. Thalberg, pelo
conjunto de sua obra.
Wise foi presidente da Academia (1985-1988) e do Directors
Guild of America (1971-1975), a
associação americana de diretores de cinema.
"A devoção de Bob à arte do cinema e a riqueza de seu conhecimento sobre o que e como fazemos filmes representaram um
presente aos seus colegas", declarou Michael Apted, atual presidente do Directors Guild.
Seu último trabalho foi "Nos
Telhados de Nova York" (1989).
Com agências internacionais
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